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A Gestão, a persistência e a mudança para São Gonçalo, por Oswaldo Mendes

“Tens usinas com muitas chaminés que logo dizem quem tu és”


Uma cidade repleta de empresas. Modelo Fordista/ Taylorista. Baixa instrução. Trabalho repetitivo e grande quantidade de mão de obra para rápida e fácil reposição. Tudo conforme descrito no livro de Taylor – princípios da Administração Científica, inclusive com relação a parte dos “gorilas treinados”.


Neves era o modelo e referencial da concentração de empresas.

“Panta rei kai oudén ménei” - “Tudo passa. Nada permanece”, citou Heráclito de Eféso em 540 A.C (Antes de Cristo).


Muitos reclamavam do fim das fábricas não só em Neves, mas em todo município de São Gonçalo. O modelo estava mudando.

Com o advento da Ponte Rio Niterói, milhares foram aqui depositados, jogados, abandonados, sem a mínima estrutura de saúde, escolas e saneamento.

Salgueiro, dentre outros, na cidade de São Gonçalo não é sem sentido e nem para fracos. Foi transferência obrigatória, no Regime Militar, de parte dos favelados para esta cidade. E quem conheceu o que é “noite de lua nova” e maruí sabe do sofrimento daquele povo. E tem gente ainda que cobra que eles não tenham vergonha da cidade que nunca os respeitou.

Jardim Catarina foi autorizada sem a mínima condição de loteamento e agora com seus problemas agravados com a dita Estrada do COMPERJ. Tentam ainda esconder a verdade. Os efeitos se notam até os nossos dias. A imprensa da época era tolida ou partícipe: ou escrevia o que a ‘direita’ queria ou desaparecia jornal e jornalistas. Simples!

Políticos populistas, inaptos e sem a mínima condição de gerir nada vem assumindo a gestão desta cidade. Só faço a ressalva que os Políticos não vieram de Marte. sim das urnas e muitos por valores pagos aos eleitores na “boca de urna”, ou seja criador e criatura. Viva a “Bancada do Silêncio”!

Hoje reclama-se do valor dos Royalties recebidos, mas Itaipu, em Niterói, já foi de São Gonçalo e muitos esquecem este pequeno desdobramento da nossa história, assim como diversas ilhas que perdemos para o Rio de Janeiro que poderiam trazer valores vultuosos para nossos caixas, mas a incompetência gerencial nos acompanha e rege.

A Gestão da Mudança deve ser analisada com carinho, sem medo e competência.

Lembremo-nos que Alcântara já foi Polo de roupa (hoje vejo esse polo tentando sobreviver na Albino Imparato); em tentativa correta de criação de um Polo de Gastronomia juntamente com Pescadores Artesanais, o ex-Prefeito Ezequiel fez diversos quiosques na Praia da Luz, bem estruturados, mas a violência proíbe ida naquela localidade, fazendo com que todos percam. Atualmente a Ilha de Itaóca foi transformada em Reserva Ambiental, o que poderia trazer emprego e renda para muitos.

A possibilidade de voo livre na cidade de São Gonçalo se faz proibitiva em função mais uma vez da violência. A Serra de Itaúna, a qual é um vulcão adormecido – poderia ter diversas atividades ligadas ao turismo Ambiental e como já escrito a de voo livre.

São Gonçalo tem um milhão de habitantes e trezentos mil nordestinos. Nasce assim o Centro de Tradições Nordestinas, o qual nasce de um grande problema socioambiental na localidade de Neves e a obstinação do Engenheiro conhecido como Junior - Ecidemar Barboza, subsecretário de Usina e responsável pela obra.

Engenheiros adoram quebrar paradigmas - mudança. Poetas, Compositores e Engenheiros tem uma grande relação com sonhos e a obstinação de torná-los realidade para um Mundo melhor.

São Gonçalo não tem mais chaminés - Que eu me lembre só sobrou uma no Portão do Rosa, a qual deveria ser tombada, pois o Vereador Eduardo Gordo protocolou há anos esse pedido – São Gonçalo caminha rapidamente para uma cidade de serviços.

Os indicadores relativos à cidade-dormitório também tem a chance de mudar. A crise faz isso. Bares, Escolas de Samba e bailes atraem jovens para a cidade dos jovens e agora o Centro de Tradições Nordestinas, a qual tem chances reais de se formar numa APL – Arranjo Produtivo Local.

Nada me faz acreditar na real implementação da Linha 3 do Metrô. Há quase quarenta anos vem sendo promessa sempre em ano eleitoral, como o Governador fez há alguns dias. A tradição escravocrata não deixaria nunca um metrô num subúrbio, como se mostra a troca e opção pela Linha 4, em bairros nobres.

Continuamos aguardando que aconteça algo de positivo para o Piscinão de São Gonçalo e a Fazenda Colubandê e que não seja mais uma promessa eleitoreira, Respeitem esse Povo sofrido! Não façam daqui apenas depósito de voto fácil descontinuado de cobranças.

Parabéns a todos que acreditaram no sonho do Centro de Tradições Nordestinas e que se desdobre em outras ações. Que nosso carnaval seja valorizado; que a nossa querida GRES Porto da Pedra seja respeitada, pois é uma das poucas coisas do município que passa imagem positiva para o exterior; que os jovens sejam respeitados. Que São Gonçalo efetive e continue sendo a cidade das mudanças.

Oswaldo Mendes é sambista, engenheiro e gonçalense de facto.



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