A tragédia das chuvas e sua reponsabilidade - por Rofa Araújo
Nas semanas anteriores estávamos chocados com a tragédia causado pelo terremoto na Turquia e Síria e nos solidarizávamos com àqueles que tiveram vidas ou pertences perdidos. Algo triste de ver, mesmo estando tão distantes. E com algo assim nos alegramos porque no Brasil não há desastres naturais como terremoto, maremoto, vulcão...
Eis que no verão do Rio de Janeiro, chega até nós de São Gonçalo algo que não é novidade, mas que dessa vez veio em grandes proporções: a chuva, enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra e outras tragédias na natureza.
Paramos e pensamos de quem seria a “culpa” de tamanha destruição. Do próprio povo que constrói suas casas nas encostas, em local de risco? Dos governos que se sucedem sem planos a longo prazo para solucionar a questão das chuvas na cidade? Da população porca que suja e joga entulhos nos rios que entopem bueiros que viram efeito cascata e acaba por chegar aos estragos que visualizamos na destruição, desmoronamentos e alagamentos sem precedentes nos últimos tempos.
Infelizmente, após uma situação catastrófica como essa, sempre queremos achar um culpado e jogar a responsabilidade somente em um ou outro, mas de todos, em maior ou menor proporção.
Dos governos não percebemos planejamento no problema crônico nas cidades que possuem rios, encostas e muito lixo para dirimir essa questão para que, mesmo a longo prazo, resolva o problema. Talvez porque não é algo visível no dia a dia e nem dá votos. É preciso esperar uma desgraça dessa para se fazer algo tardiamente.
Da população é preciso ter mais cuidado e ser menos poluidor e porco que gosta de espalhar lixos e não liga para jogá-lo no local apropriado. Se cada fizer a sua parte, todos irão ser beneficiados. Já se todos não fizerem, poderá levar a tragédias como essas das enchentes, falta de escoamento de águas pluviais etc.
Enfim, ao presenciarmos um desastre natural como esse, logo queremos culpar até a Deus porque enviou tanta chuva para um local despreparado. Mas não seria o caso de ter responsabilidade de deixar tudo pronto para eventuais situações como essa, ao invés de culpar o divino por isso?
Que possamos fazer a nossa parte como cidadãos e cobrar dos governantes que façam algo pela cidade e não apenas gastem dinheiro com maquiagem ou obras desnecessárias, enquanto numa situação caótica como essa, percebe-se o quanto nada faz pelo município quando sofre uma catástrofe natural que, mesmo que imprevisível de quando ocorre, sabe-se em que temporada acontece e pode, sim, estar mais preparado do que está atualmente.
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.