Bolsonaristas começam a virar jogo de narrativas, diz Janones
Por Helcio Albano

No domingo (8) nos deparamos com um nível de ataque à República e Democracia brasileiras jamais visto. Afronta esta simbolizada na depredação da sede dos Três Poderes em Brasília.
Primeiras horas de comoção geral, atuação firme das instituições e mensagens de solidariedade internacional davam a impressão de que finalmente a escória bolsonarista ficara nas cordas à espera apenas do toque fatal do gongo para sacramentar sua inapelável derrota e capitulação. Ledo engano.
Hoje (11) trago duas notícias ruins pra você, leitor. Pesquisa Atlas/Intel mostra que o fosso onde estamos enfiados é bem, bem mais profundo. Segundo levantamento do instituto, nada mais, nada menos que 18% da população concordaram com os atos terroristas na capital federal. 27,5% disseram que os atos tiveram algum tipo de justificação, 43% acreditam que o coisa ruim nada teve a ver com os ataques e 40% acham que a eleição foi fraudada.
Pera que piora: André Janones (Avante-MG), incontestavelmente um expert em redes sociais, já diz que os bolsonaristas viraram o jogo das narrativas nos grupos de mensagens. Coisas como "infiltrados petistas" no quebra-quebra, "morte de idosa" (e outras mortes) por maus tratos no "campo de concentração do Lula" colaram e conseguiram reagrupar e manter coesa a malta de facínoras.
Os caras viraram o jogo porque não é a qualidade da informação que prevalece, mas o volume avassalador das mesmas mensagens que edifica a intransponível realidade paralela bolsonarista.
E nada, nem ninguém, está preparado para lidar com isso.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
