Cabo da Marinha é preso por encomendar drones com granadas para facção criminosa

Dispositivos próprios para armar drones com granadas eram encomendados pelo cabo da Marinha Rian Maurício Tavares, que foi preso na última segunda-feira (16). De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), o acusado era um dos integrantes da facção Comando Vermelho (CV).
Em julho deste ano, foi registrada uma imagem em que aparece um artefato fixado em um drone sobrevoando comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro. O objeto foi identificado como um explosivo utilizado por criminosos da Favela do Quitungo, que tinham a intenção de atacar rivais do Complexo de Israel.
A atitude dos criminosos se assemelhava, embora com menos precisão, à estratégia usada pelo exército da Ucrânia, segundo informações do Fantástico, da TV Globo. A PF alega que o objetivo é aprimorar os métodos de disputa com facções rivais.
Ao longo das investigações, a PF registrou uma conversa entre o militar e um dos criminosos. “Nós precisamos comprar o dispensador, chefe. É um dispositivo que bota no drone, que ele libera a granada, entendeu? Sendo que vem um cabinho segurando no pino, né? Bota o pino no drone e a granada nesse dispositivo”, relata parte da conversa.
Segundo as investigações, a pessoa que conversa com Rian é Edgar Alves de Andrade, mais conhecido como Doca, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho. “Demorou. Só vê a granada que nós coloca. Já é, vamos fazer o teste”, diz Doca.
Além disso, o militar teria um lugar de comando na facção, pois monitorava a movimentação de rivais. As ordens que Rian delegava eram para cobrar ação dos membros da organização criminosa para a qual trabalhava.
O cabo da Marinha teve um curso especializado custeado pelo Estado. Além disso, foi aprovado em um rigoroso curso para mergulhadores e, no momento, estava matriculado em aulas particulares de tiros precisos de longa distância.
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