Do orgulho nacional à vergonha mundial - por Rofa Araújo
Ao assistir um trecho da premiação do Prêmio Camões – o maior da Literatura Portuguesa do mundo –, entregue ao escritor, cantor e dramaturgo, Chico Buarque de Holanda, tive grande orgulho de vislumbrar um brasileiro sendo laureado com tão nobre honraria.
Um orgulho nacional para quem ama seu país e a língua portuguesa, ainda mais quando o escolhido é alguém que tem diversos livros lançados de sucesso internacional e ainda adapta peças de teatro de sucesso ao longo dos anos.
Porém, o que deveria ser um grande honraria a um cidadão da mesma nacionalidade que a nossa foi, na verdade, um caso de vergonha mundial, já que a escolha como premiado ocorreu em 2019 e o Presidente da República à época, Jair Bolsonaro, simplesmente se recusou assinar como mandatário executivo do país do homenageado por diferença ideológicas.
Pasmem, todos. Isso aconteceu e deixou o Brasil com uma vergonha planetária devido tamanha loucura de um ser que parece nunca ter se dado conta do que era ser presidente de um país, colecionando diversas situações inimagináveis e jamais compreendidas pelas outras nações.
Será que apenas nossos amigos e que comungam das mesmas ideias merecem ser homenageados, independentemente de sua qualificação para receber a honraria para qual foi indicado?
É uma pequenez enorme – sem contradição de sentidos – perceber como alguém preferia que outra pessoa de outra nacionalidade fosse escolhida para o Prêmio Camões, somente porque não o apoiava e o aplaudia com seu desgoverno que tanto prejudicou o país.
O Brasil somente será “gigante pela própria natureza” se o seu povo e, principalmente, seus governantes deixem de lado atitudes menores como essa e apoiem as escolhas mundiais de premiações e tantas outras que poderão surgir de um povo tão criativo e ativo como o brasileiro.
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.