E tudo acabou em “cinzas" - por Rofa Araújo
A Quarta-feira de Cinzas é uma data que encerra o Carnaval e inicia a Quaresma em locais de tradição religiosa cristã, a Igreja Católica. O Carnaval é derivado de celebrações e tradições pagãs, conhecido como a “festa da carne” e após o término dessa festa, começa um período de penitência e oração: a Quaresma.
Mas é dessas “cinzas” que pretendo comentar, a não se pelo nome mesmo dado às devastações ocorridas em alguns aspectos.
Pudemos assistir estarrecidos, mais uma vez, a natureza destruindo com as chuvas na cidade de São Sebastião, em São Paulo. Um local onde as casas pareciam em constante risco devido ao local que estavam estabelecidos. Quase 50 mortos e alguns ainda desaparecidos. Uma tristeza enorme por ver nossas compatriotas passando por essa situação delicada!
Assisti às reportagens sobre o assunto com alegria por visualizar o salvamento de alguns ainda com vida e com sentimento de compaixão por àqueles que acharam os corpos e seus parentes ali chorando copiosamente, por perderem seus entes queridos.
Mas o que me deixou mais revoltado e ao mesmo tempo perplexo: turistas que passavam o período de feriado do Carnaval que estavam ali e perceberam a estrada Rio-Santos interditada por tempo indeterminado, alugarem pela bagatela e de 30 mil reais um helicóptero para voltarem para a capital de São Paulo, para suas vidas normalmente.
Enquanto isso alguns que perderam tudo lá sem saber onde morar ou ficar ainda que provisoriamente.
A vida é assim: uns com muito, outros com pouco ou com nada. Desigualdade social bem nítida que podemos perceber que ora revolta, ora surpreende, mas infelizmente é a vida que segue como diriam alguns.
E essas “cinzas” não estão apenas nesses fatos que surgem à nossa frente, mas também em outros como assistir governantes que ainda parecem em campanha e querem aparecer numa tragédia dessas, achando que são autossuficientes. Um belo exemplo foi ver a união do presidente da República Lula, com o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas e o prefeito da cidade de São Sebastião, Felipe Augusto, todos em prol da população sofrida, mesmo de partidos distintos, bem diferente em outras épocas não muito distantes, quando apenas a ajuda surgia quando era aliado do Governo Federal.
São muitas “cinzas” que podemos assistir em nosso dia a dia, nos acontecimentos, nos desastres naturais ou provocados e mesmo em nossa vida, que pode sofrer algum revés e tudo ser destruído, mas que é possível renascer das cinzas como a fênix, da história mitológica.
Vamos crer, ter fé em Deus que podemos melhorar, andar para frente e passar por dificuldades, mas sempre é tempo de ajudar ao próximo e, acima de tudo, não ignorar o que ocorre à nossa volta, pelo contrário, é preciso fazer a diferença na vida dos outros porque isso fará um bem enorme em nossa própria vida, com certeza.
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.