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Feminicídio Zero: ação do Ministério das Mulheres quer mobilizar de times de futebol a pastoras evangélicas


Foto: Reprodução

O Ministério das Mulheres lançou, neste mês de agosto, o movimento "Feminicídio Zero", uma ampla articulação nacional que busca combater os assassinatos de mulheres através de diversas ações de enfrentamento à cultura da violência. Em um café com jornalistas mulheres, a ministra Cida Gonçalves disse, nesta sexta (2), que, em um primeiro momento, a pasta irá investir em um trabalho de massa para difundir o tema por meio de ações de comunicação digital, palestras e capacitações dirigidas a diferentes profissionais sobre a importância de se enfrentar a misoginia, entre outras coisas. A partir de setembro, a ideia é buscar também ações mais localizadas, como projetos conjuntos com times de futebol e uma maior aproximação com pastoras evangélicas.



O movimento vem à tona em meio a uma escalada nos números de feminicídios no país. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostram que houve aumento de 0,8% em 2023 em relação ao ano anterior. Ao todo, 1.467 mulheres perderam a vida no ano passado por razões ligadas ao gênero. É o maior registro desde 2015, quando o problema começou a ser computado em decorrência da sanção da Lei 13.104/15, conhecida como Lei do Feminicídio. Os dados mais recentes do FBSP foram divulgados em julho.


"O Agosto Lilás começou ontem e, para nós, já chega com os desafios do Fórum Brasileiro de Segurança Pública", disse Cida Gonçalves. A mandatária afirmou que o governo pretende transformar a mobilização sobre o tema em uma pauta de adesão nacional, sensibilizando não só pessoas e famílias, mas também empresas, organizações e demais instituições e atores ligados ao ecossistema da violência, já que a problemática alcança os diversos compartimentos da vida social.


"Precisamos de mobilização nacional pra enfrentar o feminicídio, e trabalhando o feminicídio a partir [da ideia] de que ele é o último ato de violência contra as mulheres em vida porque, depois da morte, também aparecem outros problemas – como se noticia o fato, [as respostas do] Judiciário, etc. Nessa perspectiva, nós trabalhando com o conceito de que precisamos fazer com o Feminicídio Zero o que o [sociólogo] Betinho fez na década de 1990 com o Fome Zero."



A ministra já iniciou, em julho, um diálogo com dirigentes de times de futebol, entre eles Corinthians, Vasco e Botafogo, para tentar formatar projetos conjuntos voltados ao tema. A ideia é que as tratativas avancem no próximo mês para a consolidação de algumas ações ainda em fase de discussão inicial. Cida Gonçalves destacou a preocupação com o aumento de casos de violência contra a mulher em dias de jogos de futebol. O problema foi constatado estaticamente em levantamento feito pelo FBSP em conjunto com o Instituto Avon em 2022: o registro de Boletins de Ocorrência (B.O.) salta 23,7% quando o assunto é ameaça contra mulheres, por exemplo, e 25,9% quando se trata de casos de lesão corporal.



Também está no roteiro do Ministério das Mulheres uma aproximação com pastoras evangélicas do campo mais conservador – Cida Gonçalves já iniciou, na quinta (1º), o diálogo com lideranças do segmento que têm linha de atuação mais progressista. "E estamos trabalhando também com os homens. Precisamos que homens digam pra outros homens que não dá mais. Então, estamos chamando uma grande mobilização nacional. Não é só uma campanha. Vai ter também a campanha televisiva, mas estamos mobilizando as empresas, o esporte. Falei com diversos presidentes de times, falamos com a Confederação Brasileira de Futebol, com movimentos sociais, e ontem falamos com várias pastoras evangélicas pra que a gente possa de fato dar um basta na questão da violência neste país."



*Com informações Brasil de Fato

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