'Gangue dos GPs' chantageava clientes e os ameaçava com armas falsas
Seis vítimas já registraram boletins de ocorrência contra Pedro Dominador e seu grupo. Estima-se que os suspeitos lucraram cerca de R$ 200 mil com as chantagens
Investigações da polícia apontam que a quadrilha liderada pelo garoto de programa Fábio dos Santos Pita Júnior, de 26 anos, conhecido como Pedro Dominador, utilizava um banco de dados para ter acesso a dados pessoais dos clientes e selecionar as vítimas que iriam chantagear e extorquir dinheiro. As informações são do g1.
Após realizar programa com o cliente, o garoto de programa pedia que o pagamento fosse feito através de PIX. Com os dados da vítima, a quadrilha levantava informações pessoais como endereço, nome de familiares e telefones, e passava chantageá-las.
Os suspeitos pagavam para ter acesso a essa base de dados, que costuma ser vendida no mercado clandestino.
Pedro Dominador foi preso em casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na quinta-feira (6). No local, os investigadores da 21ª DP encontraram um simulacro de pistola que, de acordo com as investigações, era usada para intimidar e chantagear as vítimas.
Análise das vítimas
Segundo a investigação da 21ª DP (Bonsucesso), o grupo fazia um estudo prévio para saber se valia a pena investir nas ameaças. Em muitos dos casos, os ex-clientes eram homens casados que queriam sigilo nos encontros amorosos.
Eles também se valiam das redes sociais das vítimas, com informações de locais de trabalho, relacionamentos e parentes próximos, para atuarem.
Dominador e outras quatro pessoas estão presas por extorsão e organização criminosa.
Até agora, seis ex-clientes registraram boletins de ocorrência contra Pedro Dominador e seu grupo. Estima-se que os suspeitos lucraram cerca de R$ 200 mil com as extorsões. Os suspeitos estão sendo investigados por lavagem de dinheiro.
Em um dos casos, um executivo de uma multinacional, casado e pai, que havia feito um programa com Dominador, foi chantageado, teve seus dados vazados e, para não ser exposto, pagou R$ 37 mil a quadrilha. Com medo e vergonha, o homem deixou o país e foi morar na Europa com a família.
Uma outra vítima pagou mais de R$ 70 mil para não ter a orientação sexual revelada.
Ameaças
De acordo com a 21ª DP, se valendo do medo das vítimas, os garotos de programa – em posse dos dados dos homens, muitos deles tidos publicamente como heterossexuais, casados e com filhos – iam em suas casas e faziam fotos e vídeos, com o objetivo de amedrontá-los.
Sem nenhum pudor, os garotos de programa mandavam áudios e mensagens exigindo dinheiro dos ex-clientes.
Em uma mensagem enviada a uma vítima Pedro Dominador disse que iria "com três companheiros", "drogado" e "sem medo nenhum" na porta do trabalho do homem para que ele desse mais dinheiro ao bando.
E, de fato, segundo os investigadores, os criminosos foram até a loja onde a vítima trabalhava em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
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