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'Governo jogou pra galera', diz Dimas Gadelha sobre vacinação em São Gonçalo

Por Rodrigo Melo

Dimas, tomando a segunda dose de Astrazeneca/Foto: Divulgação
Dimas, tomando a segunda dose de Astrazeneca/Foto: Divulgação

Na sexta-feira (9) o governo Nelson Ruas (PL) vibrou com ênfase nas redes sociais a universalização etária da vacinação contra a Covid-19 em São Gonçalo. O município conseguira, afinal, e de modo pioneiro em todo o estado do Rio de Janeiro, fazer chegar a vacina ao grupo de pessoas a partir dos 18 anos. O objetivo-fim do Plano Nacional de Imunização para a população adulta.


No sábado (10), vereadores da base, correligionários de velhas e novas matizes, servidores comissionados de todos FGs e DAS da folha de pagamento, vestidos com camisetas brancas com o slogan "Vacina São Gonçalo", percorreram a cidade de ponta a ponta em companhia do ex-capitão reformado comemorando o feito inédito nos pontos e postos de vacinação.



Em alguns lugares ouvia-se o espocar de fogos. E jamais houvera tantas lives de exaltação ao prefeito. E ao até ontem na corda bamba André Vargas, secretário de Saúde, saudado pelos convivas de ocasião como o melhor secretário de Saúde de todos os tempos, superando, até, o patrono Dr. Luiz Palmier. Uma festa [de arromba].


Mas em toda festa onde há exageros - e põe exagero nisso - vem a ressaca. Na segunda-feira (12), a Secretaria solta uma nota fria e seca: A vacina acabou. Primeira dose agora até segunda ordem. Lamento. Qualquer informação, procure em nossas redes sociais.



Não foi assim que foi dito, mas assim entendido. Sobre isso, aliás, o médico sanitarista Dimas Gadelha (PT), que disputou uma eleição decidida no photo finish contra o atual mandatário da cidade, comentou, em cima de matéria do RJ2 exibida ontem, na TV Globo. Segundo Dimas, não houve planejamento, e o resultado final pareceu que o governo jogou "para galera", em caixa alta mesmo, o que, neste caso, denota indignação:


- ALÔ ALÔ SÃO GONÇALO:

EM GESTÃO , NAO SE ATINGE BONS RESULTADOS SEM PLANEJAMENTO E RESPONSABILIDADE.

EM GESTÃO, NAO SE ATINGE EXCELÊNCIA FAZENDO POLITICAGEM COM AS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO.

AÇÕES ESTRATÉGICAS COMO A VACINAÇÃO NÃO DEVEM SER FERRAMENTAS PARA BUSCAR APROVAÇÃO POLÍTICA, O NOME DISSO É JOGAR PARA A GALERA.

SÓ O TRABALHO SÉRIO , APOLÍTICO, ESTRATÉGICO E RESPONSÁVEL VAI COLOCAR SÃO GONÇALO NO LUGAR QUE DEIXARÁ O GONÇALENSE ORGULHOSO.



A Secretaria de Saúde afirma, até a tarde desta quarta (14), ter vacinado 573.354 num universo populacional conservador de 1,1 milhão de gonçalenses. Há quem garanta haver, hoje, mais de 1,4 milhão. É o que defende, por exemplo, o vereador governista Jorge Mariola (Pode). Com isso, a pasta garante ter vacinado 67% de todo o público-alvo, já tendo chegado à faixa-etária de 18 anos.


Cidades vizinhas como Maricá, Rio de Janeiro e Niterói tem espectro vacinal maior que São Gonçalo, mas, no entanto, seu calendário de vacinação atinge ainda pessoas acima dos 32 anos, com alguma gradação etária para mais entre as cidades. Mas escancarando enorme discrepância com São Gonçalo.



Por que, sabendo que o recebimento de vacinas pelo Ministério da Saúde é proporcional à população dos municípios? O que aconteceu?


Enviamos as seguintes perguntas à Secretaria de Saúde:


1. Há uma fábrica clandestina de vacina ou algum fornecedor oculto para São Gonçalo, tipo Davati ou Precisa Medicamentos?


2. A falta de procura e ociosidade dos pontos de vacinação determinaram de modo arbitrário a diminuição etária, mesmo tendo ciência do mapa sociodemográfico de São Gonçalo?


3. Um grande contingente etário ficou para trás na vacinação por diversos motivos, o que está óbvio nos números fornecidos pela Secretaria, o que será feito em relação a isso?



Essas respostas são de extrema urgência dado a presença de uma variante ainda mais transmissiva e mortal que já circula no país: a indiana Delta que, como todas as outras variantes, atingem a população de faixa-etária acima dos 40 anos, o que tudo indica, o grupo que mais ficou para trás em São Gonçalo.


E pra finalizar: ainda não tem vacina. E nem previsão.


Na imagem abaixo, dados de 2010, mas percentualmente mudou muito pouco.









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