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IBGE São Gonçalo: nem muito à terra, nem muito ao mar

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Por Helcio Albano

Agente do censo percorrendo os bairros de São Gonçalo

O pessoal tá meio zonzo com os resultados do IBGE para o censo de população de São Gonçalo. Muita calma nessa hora. Pra começar: o Censo foi uma zona. Foi subfinanciado e desorganizado. Que desde o início sofreu com a má vontade do coisa ruim e do Guedes.


A equipe que me abordou era mal treinada, mal paga e tropeçava no próprio questionário da maquininha que usavam com absoluta sofreguidão.


Some-se a isso fatores como negacionismo das pessoas em serem entrevistadas, territórios fechados - até mesmo para trabalhadores da própria comunidade. Isso tudo é fato que com certeza enviesou para baixo o resultado populacional. Ponto.



Assim como também é fato o esvaziamento da cidade a olhos vistos. Nos ônibus, nas ruas, no comércio. Na região urbanizada mais antiga de São Gonçalo, Neves, quem percorre as ruas para dentro dos bairros se depara com uma oferta de venda e aluguel de imóveis, com lojas fechadas, comparável a um cenário de áreas decadentes semi-abandonadas estadunidenses.



Na tradicional Rua Lenor, no Porto Velho, com uma rica tradição portuguesa, não é diferente. A curiosidade do jornalista logo me dá a resposta vinda dos pouquíssimos moradores nativos do local: "Foram todos embora para Maricá ou Portugal". E muitos só não foram ainda porque não conseguiram vender o imóvel. Mesmo jogando preço pra baixo.


Um geógrafo me disse que já há evidências de que, além de população, São Gonçalo perdeu metade do território das barricadas pra dentro das comunidades.


É uma tragédia com muitas camadas.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.


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