Isso é coisa de “índio”! - por Rofa Araújo

Temos acompanhado ultimamente na mídia, notícias a respeito da caótica situação dos povos indígenas Yanomamis que passam fome, desnutrição e até morreram devido a falta e ações do último governo, ao longo de quatro anos.
Os Yanomamis são um grupo de aproximadamente 35.000 indígenas que vivem em cerca de 200 a 250 aldeias na floresta amazônica, na fronteira entre Venezuela e Brasil.
Historicamente, o termo “índio” foi um termo pejorativo utilizado pelo europeus que ao chegarem por aqui, nas Américas, imaginavam terem chegado às Ìndias. Erraram a localidade, mas o nome ficou e junto seus sentidos para lá de criminosos, com a verdadeiro extermínio de milhões porque eles eram, sim, os povos originários e donos das terras de todo o Brasil.
Por isso, o governo Lula, ao criar um Ministério de povos Originários, somente por essa ação já demonstra o quanto se preocupa com aqueles que estavam aqui na “descoberta do Brasil”, em 1500 e até mesmo antes disso.

Ao inverter o sentido da palavra “índio”, utilizada como uma espécie de xingamento, a ação ou a falta dela, que permitiu a situação deplorável dos “povos originários” é “coisa de índio”, de pessoas desrespeitosas ao semelhante que pareciam ter como objetivo a destruição e morte dos “donos da terra” para facilitar o garimpo e ganância dos fazendeiros e exploradores e destruidores do meio ambiente.
É, simplesmente, uma vergonha observar qualquer governante que trata seu próprio povo como algo descartável, pela simples vontade de agradar seus apoiadores e dar de presente as terras que não lhes pertencem.
Coisa de índio é deixar que vivam em suas terras, com seus costumes, crendices e viver da caça como estão acostumados e que até mesmo o garimpo prejudica. A falta de recursos e ações não tomadas pelo Governo Federal é um crime, sujeito a punição com multas e prisões.
Infelizmente, a maioria quase absoluta dos brasileiros apenas conhece os “povos indígenas” de ouvir falar nos livros. Poucos já viram um de perto e visitou aldeias para conhecer como vivem e quais culturas possuem. Mas, mesmo assim, isso não impede o respeito a um povo que era dono de todo o Brasil e que foi tomado deles na mão grande, pela sede pelo poder de terras e suas riquezas, como, aliás, acontece até hoje.
Vamos zelar pelos povos que originaram o nosso país e merecem mais que respeito. Merecem ser dignificados e não preteridos e tratados como se fossem “povos descartáveis”, prontos para serem roubados, destruídos e mortos, como ocorreu nos últimos anos em nosso Brasil.
Que Deus proteja e guarde a todos os brasileiros, em especial esses nova “nação-mãe”: os povos indígenas!
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.
