Lícia Damasceno é demitida da Semed
Ex-secretária bateu cabeça desde o primeiro mês de gestão, fez inimigos e se torna um peso a menos para o governo Nelson Ruas
Por Rodrigo Melo
A secretária de Educação, Lícia Damasceno, que vinha se segurando aos trancos e barrancos no cargo durante todo o primeiro semestre, não aguentou a pressão e foi demitida pelo prefeito Nelson Ruas (PL) nesta segunda (2). Já havia um murmurinho na cidade sobre sua queda desde a semana passada, finalmente confirmada no início da tarde de hoje.
Assume o seu lugar, Mauricio Nascimento de Almeida, que chegou a ocupar o cargo de secretário interinamente no governo José Luiz Nanci, entre abril e dezembro de 2020, após desincompatibilzação do então titular, Marcelo Azeredo, que saiu para disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores, mas não conseguiu ser eleito.
Lícia sai da Secretaria de Educação (Semed) sem deixar saudades. Muito pelo contrário. Na verdade, é uma dor e cabeça a menos para o governo, obrigado a ouvir de servidores da Educação, pais de alunos e de uma oposição barulhenta, queixas sobre sua insensibilidade e arrogância na condução da Pasta em meio à pandemia.
O que mais a ex-secretária se meteu foi em confusão. Já em janeiro Lícia bateu de frente com o sindicato dos servidores (Sindspef) após convocação irregular dos funcionários para que se apresentassem ao trabalho no período de férias. Em fevereiro, em meio ao impasse em razão do retorno às aulas presenciais, ela acusou os professores de se esconderem atrás do concurso para não trabalhar. Detalhe: Lícia também é servidora concursada.
O mundo quase veio abaixo e por muito pouco ela, já com a alcunha de "Malícia" nos grupos de WhatsApp dos professores, não saiu do cargo. Mas ainda sim, na corda bamba, liderou o retorno atrapalhado às aulas presenciais nas unidades de ensino sem condições sanitárias de funcionamento seguro. Vários casos de infecção pelo coronavírus foram relatados entre os profissionais depois da abertura das escolas, obrigando seu fechamento.
Lícia ainda tentou implantar, sem sucesso, o cartão alimentação no lugar do kit merenda, mas poucos estudantes tiveram acesso ao benefício prometido de R$ 54,00 mensais. Amanhã (3), aliás, o novo secretário recebe como "herança" uma manifestação de pais de alunos pelo direito ao cartão alimentação ou a cestas básicas como merenda enquanto perdurar a pandemia.
E pra fechar com "chave de latão" a passagem da sra Lícia Damasceno pelo comando da Educação de São Gonçalo, a sua tentativa - por ora derrotada - de fechar o ensino de jovens e adultos em diversas escolas do município, praticamente inviabilizando o acesso ao ensino de milhares de gonçalenses. Batalha vencida momentaneamente por professores e sociedade.
Vai tarde.
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