Mais de 80% dos crimes de feminicídio no Rio têm motivos fúteis, aponta ISP
Os dados são de 2023 e fazem parte da nova edição do Dossiê Mulher, que conta também com um estudo inédito sobre o perfil dos agressores

A décima nona edição do Dossiê Mulher 2024 mostra que 83% dos feminicídios cometidos em 2023 tiveram como motivação fatores fúteis relacionados a conflitos no relacionamento. O documento foi lançado nesta terça-feira, pelo governo do estado e o Instituto de Segurança Píublica, e traz dados sobre as principais formas de violência contra a mulher no estado.
Embora alarmantes, os números de feminicídios caíram 11% em relação a 2022: foram 99 no ano passado e 111 no ano anterior.
Segundo o levantamento, companheiros e ex-companheiros foram responsáveis por cerca de 80% dos feminicídios, como explica a presidente do Instituto de Segurança Pública Marcela Ortiz.
O dossiê também apresentou um estudo do perfil dos agressores, novidade nesta edição. A maioria dos criminosos utilizou facas ou armas de fogo. Em 15 dos 99 feminicídios registrados, os crimes foram cometidos na presença dos filhos. Dos autores identificados, 57% possuíam antecedentes criminais, sendo que dois terços desses registros eram por violência doméstica. Após o crime, 70% foram presos, seja em flagrante, após investigação ou por entrega voluntária.
Outro ponto abordado foi o consumo de álcool e drogas pelos agressores. Essa é a primeira vez que o estudo analisa também o uso substâncias pelos agressores, e como isso impacta nos feminicídios.
Entre os 103 autores identificados (em alguns casos, houve mais de um agressor), 21 faziam uso de álcool e drogas, 15 apenas de drogas e 15 apenas de álcool. Além disso, 85% das vítimas foram mortas dentro de casa, 62% eram negras e quase metade tinha entre 30 e 59 anos.
*Com informações CBN
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