Na cadeia, Flordelis relata ouvir vozes, ver vultos e sofrer de amnésia: 'Estou me urinando toda'
- Jornal Daki
- 20 de fev.
- 3 min de leitura
Em carta, diz diz que está morrendo na prisão e pede ajuda médica

A ex-deputada e pastora Flordelis, de 64 anos, condenada a 50 anos de prisão pelo assassinato do marido, divulgou uma carta pedindo ajuda por conta de supostos problemas de saúde que enfrenta na Penitenciária Talavera Bruce, no Complexo de Bangu, onde cumpre pena há quatro anos. No documento, endereçado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, ela afirma estar lutando contra a morte devido a complicações médicas.
Flordelis relata sofrer de síndrome do pânico, fobia social e depressão, além de crises convulsivas, AVC, insuficiência renal, princípio de infarto, amnésia total e incontinência urinária. “Estou me urinando toda”, escreveu. Ela também diz ter caído na cela, fraturado a cabeça e o rosto, quebrado dentes e ter dificuldades para mastigar.
A defesa da ex-parlamentar tenta obter a prisão domiciliar humanitária, concedida a presos com quadro clínico grave ou idosos acima de 80 anos. O advogado Renato Loureiro afirma que sua cliente corre risco de vida: “Flordelis está morrendo na prisão. Precisa sair urgentemente para se tratar com médicos particulares”.
Na carta, a pastora reafirma sua inocência:
“Preciso de ajuda. Estou presa por um crime que não cometi, mas hoje necessito de auxílio para algo que é um direito de todo ser humano: a saúde.”
Flordelis diz que sofre de amnésia
Ela também menciona um histórico de amnésia total há 30 anos, que nunca teria sido tratado. “Meu marido acreditava que poderia cuidar de mim sozinho”, escreveu, referindo-se ao pastor Anderson do Carmo.
Flordelis afirma ter perdido contato com sua família biológica e que apenas sua irmã mais velha, Laudicéia, a visita com frequência. Segundo ela, Laudicéia lhe contou que já esteve internada em um hospital psiquiátrico no Centro do Rio. Dentro da prisão, tornou-se dependente de remédios e busca alívio na música e no trabalho missionário.
Na carta, a ex-deputada detalha o momento em que chegou ao presídio:
“Quando cheguei à penitenciária, fui diagnosticada com síndrome do pânico, fobia social, depressão e crises convulsivas. Passei dez dias no isolamento e só fui retirada porque desmaiei. Não sei por quanto tempo fiquei desacordada. Quando acordei, estava sozinha, com a testa sangrando, e precisei me arrastar até a cama. Quando a guarda fez a conferência, viu o ferimento e me encaminhou ao ambulatório. Fui atendida por uma médica chamada Patrícia — não me recordo do sobrenome. Foi ela quem me retirou do isolamento e me transferiu para a cela das grávidas, que cuidavam de mim, assim como eu cuidava delas.”
Ex-deputada diz que ouve vozes e vê vultos
Flordelis sustenta que precisa realizar com urgência três exames médicos essenciais: holter, ultrassonografia total do abdômen e raio-X da cabeça e do rosto. Segundo ela, o exame cardíaco foi recomendado por médicos, mas nunca realizado. A ultrassonografia é necessária para investigar náuseas e outros sintomas, enquanto o raio-X serviria para identificar possíveis fraturas após sua queda.
Por fim, a pastora revela que ouve vozes e vê vultos, tentando se distrair com crochê. Sua defesa aguarda decisão do Judiciário sobre o pedido de tratamento fora da prisão.
Via Agenda do Poder.
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