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'Nas mandingas que a gente não vê e mil coisas que a gente não crê…'

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Por D.Freitas


Paulinho Freitas, sambista, compositor e escritor - Foto: Lucas Freitas

Há muito tempo eu não dormia tão bem.


Acordo sorrindo pois tive algum sonho bom, mesmo não lembrando o que sonhei. Meu amor repousa no meu braço e também dorme muito bem ao julgar por tua face derretida e bochecha esmagada nos meus músculos - Ainda linda, meu amor- não sei se ela sonha, mas parece esvaziar todo o peso da semana em longos respiros.


Escuto o galo anunciando a vinda de um novo dia e eu nunca havia acordado assim (Talvez fosse parte da receita para que eu acordasse de bom humor). O Sol entra por uma fresta desprotegida pela cortina da janela e vejo pequenas penas dançando no ar. Ao levantar e ir até lá, a brisa fresca é aplacada pelo calor do Sol matinal. Lembro dos abraços calorosos dos reencontros e encontros da noite passada.



Amizades antigas, amizades novas e a saudação de um homem que veio do outro lado pra apertar a nossa mão.


Nunca pensei que eu fosse vivenciar alguma experiência sobrenatural por ser extremamente cético. Nunca imaginei que fosse ser reconhecido por alguém de qualquer religião pelo fato de nunca ter firmado compromisso com alguma, mas foi uma noite incomum.


Por isso ainda sinto o calor dos abraços, a leveza dos risos e os pés cansados de sambar.


Ainda sinto o cheiro da carne assando na churrasqueira, ouço o riso das crianças ao ver a galinha roubando carne da nossa mesa e ainda sinto o aperto de mão do seu Zé junto com aquele olhar penetrante que podia ver mais em mim do que eu mesmo poderia saber.


Nunca fui religioso, mas creio firmemente que à quem evita o mal, tudo coopera para o bem, seja nesse plano ou no outro, e caso algum dia eu comece a me esquecer dessa minha rara certeza. Me obriguem a lembrar dessa noite em que dormi tão bem.


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Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos. 


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