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Nossa vocação é a felicidade, por Dimas Gadelha


Lula no estaleiro Brasfels/Foto: Ricardo Stuckert
Lula no estaleiro Brasfels/Foto: Ricardo Stuckert

“Num piscar de olhos, a população dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná desapareceria do Brasil. Cerca de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais deixariam o Brasil se pudessem, mostra o Datafolha”.


Assim começa a aterradora matéria do jornal Folha de S. Paulo publicada em 17 de junho, dois dias antes de alcançarmos a triste marca de 500 mil mortos pela pandemia. E na semana que antecedeu - ao que tudo indica ser - o maior escândalo de corrupção da história da república, envolvendo diretamente a liderança do governo na Câmara, funcionários do Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro, com participação de gente graúda próxima ao seu círculo envolvidos no esquema de 1 bilhão e 600 milhões de reais na compra da vacina indiana Covaxin.


Diante desse enredo, mostrou o jornal paulistano, a partir de resultados do instituto de pesquisa DataFolha, que impressionantes 62% dos jovens brasileiros, com idades entre 16 e 29 anos, se pudessem, sairiam do país. Isso equivale a uma Minas Gerais inteira: 19 milhões de pessoas. E não é só isso. 43% da população adulta desejam o mesmo destino. 52% dos brasileiros que têm ensino superior também querem partir. Isso é uma tragédia!


Uma situação muito diferente da vivida em 2010, quando o país crescia em ritmo veloz, alcançando, ainda em 2012, a condição de pleno emprego num pujante mercado interno que fazia as pessoas acreditarem num presente e futuro de prosperidade.


No Rio, a indústria do petróleo e gás fez renascer, com vitalidade inédita, os estaleiros. Que pagavam salários médios de R$ 6 mil para os seus mais de 38 mil trabalhadores diretos. O setor de engenharia, termômetro de desenvolvimento de um país, jamais empregou tanto no período. Faltavam profissionais, pagos a peso de ouro que, hoje, para ganhar a vida, encaram jornadas de 12, 14 horas num volante de Uber. O que aconteceu?


O espaço é curto para essa reflexão aqui. Certo é que, pra devolver a esperança e a alegria aos brasileiros com seu país, devemos retomar o projeto de Brasil que foi abandonado e que vinha dando certo. Devemos retomar a nossa vocação: a felicidade.


Dimas Gadelha é médico sanitarista, secretário de Gestão e Metas de Maricá e ex-secretário de Saúde de São Gonçalo.






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