OS não paga funcionários da UPAM do Pacheco
Organização Social teria avisado que "não vai acertar pagamento de ninguém" por saber que irá perder licitação da Prefeitura
Por Cláudio Figueiras

Trabalhadores da Unidade de Pronto Atendimento Municipal (Upam), do bairro Pacheco, estão com salários atrasados há pelo menos dois meses. Além do salário que não cai na conta desde dezembro, técnicos de enfermagem, enfermeiros e auxiliares de serviços gerais não recebem benefícios e não recolhem FGTS. E pra completar o "combo" da indignação, ainda estão com férias vencidas.
- O que adianta entrar de férias e não receber? Eu estou desde junho acompanhando os depósitos do meu FGTS e não estão sendo feitos. Quem trabalha com saúde, trabalha por amor. O que estamos passando é muito triste e revoltante. Acho que tudo fica ainda pior pelo momento que estamos vivendo. Estamos na pandemia do coronavírus, arriscando nossas vidas para não ter a remuneração que é de direito. Isso é justo? - disse uma funcionária que pediu anonimato resumindo o caldo de revolta entre os colegas.

A responsável pela indignação dos trabalhadores, como já se tornou um clássico da esculhambação da Saúde no Rio de Janeiro, é a Organização Social, a Ó-ésse Espaço Produzir que, segundo apuração da repórter Raquel Morais, de A Tribuna, junto aos funcionários, deve perder a licitação para continuar à frente da UPAM, e que por isso já anunciou pra todo mundo que "não vai acertar pagamento de ninguém".
Por óbvio essa informação deve ser investigada, porque se a OS soube que vai perder a licitação, a perda se dará por incapacidade comprovada de concorrência da empresa no novo certame ou por algum outro motivo nebuloso que deve ser esclarecido. Organizações sociais são fontes inesgotáveis de escândalos de corrupção.
Procuramos a Prefeitura e a Espaço Produzir via email para maiores informações, mas não obtivemos respostas aos nossos questionamentos até o fechamento dessa matéria.
