Painel Carioca nas Eleições
Por Edir Tereza dos Reis

Os cariocas causaram surpresa e espanto nas eleições 2022 com os resultados de vitória ao governo do estado e maioria à presidência dos candidatos da direita.
Estado mundialmente conhecido pelo turismo, tendo como expressão máxima o carnaval e as praias paradisíacas. Enquanto a população é segregada em classes de A a E. Não sabemos se as estatísticas incluem os não cidadãos – população de rua, que atualmente somam milhares. Berço do samba e da feijoada, heranças negras que sustentam a área hoteleira e as comunidades em redor das escolas de samba.
Os termos "direita" e "esquerda" surgiram como designações políticas nas assembleias francesas do século XVIII, durante o segundo período da Revolução Francesa (1789-1799). O espectro político esquerda-direita é um conceito geral de enquadramento de ideologias e partidos.
É paradigma da direita o conservadorismo social, a diminuição dos serviços básicos oferecidos pelo poder público à população carente, a ampliação dos incentivos fiscais aos grandes empresários e o arroxo salarial dos trabalhadores privados e a gradual substituição dos atuais servidores públicos pelos serviços terceirizados, que trazem as prestadoras de serviços para as instituções públicas, isto porque, se o estado é mínimo – a empresa dirige e o trabalhador é transitório, com alta produtividade e baixo custo.
O pensamento à direita foi construído ao longo da história sempre pautado na figura do indivíduo e de suas respectivas liberdades, centrado na ideia de que a sociedade será melhor se as pessoas exercerem a sua ampla liberdade para tomarem decisões individuais.
Em oposição, a esquerda tem como princípio a equidade social com a ampliação do estado e fortalecimento das classes populares.
As diferenças entre a esquerda e a direita são ideológicas: Esquerda: Promove os direitos dos trabalhadores e das minorias, o bem-estar coletivo e a equidade social garantidos pelo Estado. Direita: Tem uma visão de desenvolvimento social conservadora, promove o poder da elite e a propriedade privada. São ideologias que se levadas ao extremo incitam ao ódio e ao fim das liberdades individuais e sociais.
Trazemos as seguintes reflexões neste painel do comportamento do carioca no primeiro turno das eleições: Existe algum grupo disseminando violência contra os indivíduos ou coletivos? Existem guerras de verdades absolutas baseadas em sofismos religiosos? Existe oposição às liberdades de ser dos indivíduos? Existem perdas de direitos trabalhistas?
A elite carioca se invisibiliza nos desfiles internacionais do Sambódromo e são os que lucram com toda indústria do turismo. Estamos no neocolonialismo que envolve toda massa trabalhadora num aparente jogo social de inclusão, porém a feijoada completa só é servida nos pratos da elite.
Esperamos que na definição do segundo turno o carioca assuma sua identidade, se reconheça nessa diversidade da paisagem, nas favelas, nos bares, nos locais onde cada espiritualidade pode ser praticada e que responda à antiga exclamação: “Ideologia, eu quero uma prá viver!”.
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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.
