Panisset dá consultoria à campanha do bozo: entenda - por Helcio Albano
O ano era 2004. Graça Matos (PMDB) bombava em todas as pesquisas. E, para o mundo político de São Gonçalo, sua vitória era barbada naquela eleição. Pensava-se que Graça, mulher do ex-prefeito Ezequiel, deputada estadual, tinha como principal concorrente o então prefeito Charles (PTB), tido por todos como cachorro morto devido a um governo trapalhão e cheio de equívocos. Que nada!
Corria por fora, pelo DEM, a também deputada, ex-vereadora e cria do PDT, assim como Graça, a evangélica Aparecida Panisset, que recebera apoio massivo e assessoria dos "cariocas" ligados ao grupo político do prefeito do Rio Cesar Maia, que naquela época buscava construir uma plataforma eleitoral que o alavancasse ao governo do estado em 2006.
Alguns analistas acreditavam que a condição evangélica de Panisset era um problema eleitoral. Mas as "qualis" de campanha apontavam o oposto. Na realidade, era essa a sua força junto ao eleitorado que, se tocado com o gatilho certo, daria a vitória ao DEM. E o gatilho foi uma foto-montagem de Graça vestida de macumbeira na capa de um jornal distribuído - desculpe o trocadilho - de graça por toda a cidade. Panisset venceria aquela eleição no 1º turno.
Vejo hoje na Folha de S. Paulo que a equipe de campanha do bozo estuda fazer a mesma coisa contra a mulher do Lula, a Janja, vinculando-a à macumba na propaganda eleitoral na televisão a fim de minar a fortaleza que o petista tem junto ao eleitorado feminino, pobre e evangélico no Brasil.
É São Gonçalo fazendo escola. E o Brasil se tornando uma enorme São Gonçalo...
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
