'Piores dias da minha vida', desabafa motociclista preso injustamente após acusação de roubo
- Jornal Daki
- 26 de fev.
- 3 min de leitura

"Alívio e revolta". Após deixar o presídio em Benfica, na Zona Norte, o motociclista Thiago Marques Gonçalves, de 24 anos, assistiu às imagens do PM reformado Carlos Alberto de Jesus, que o acusou de roubo, deixando a 22ª DP (Penha) após prestar depoimento. "Alívio por ter conseguido sair dessa e de revolta por, quando cheguei em casa, ver a forma que o cidadão saiu da delegacia: rindo. Isso é revoltante, ele saiu rindo", desabafou Thiago.
O motociclista e a mãe, Jaqueline Marques, compareceram, na tarde desta quarta-feira (26), em um ato organizado pela família do influenciador Igor Melo de Carvalho, que está internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O encontro foi marcado por choros e abraços longos entre os presentes.
Thiago e Igor se conheceram há três dias. No domingo (23), o influenciador saiu de uma casa de shows na Penha, onde trabalha como garçom, e solicitou uma viagem por aplicativo - atendida pelo motociclista. Cerca de dez minutos depois, os dois foram alvos de disparos por parte de Carlos Alberto, que alegou ter sido informado que os dois teriam roubado o celular da mulher, Josilene da Silva Souza. Igor foi atingido nas costas e perdeu o rim direito, enquanto Thiago teve queimaduras por ter pulado da moto no momento do ataque.
"Foi em uma distância de 5 a 10 minutos de onde busquei o Igor, no máximo. Eu percebi um carro vindo em alta velocidade pelo retrovisor e abri passagem para ele poder seguir caminho. Quando eu abri, ele parou do nosso lado e atirou. A gente se jogou no chão e tentou fugir. Estou bem machucado. Pulei da moto, então são todas queimaduras de asfalto. Pulamos da moto que deveria estar a 70 ou 60 Km por hora, não sei. Ainda pulamos de um viaduto. Se passar por ali, tem uns pedaços da minha moto", relatou.
A partir desse momento, Thiago passou a viver os "piores dias da vida", como descreveu. Enquanto Igor deu entrada sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, o motociclista foi detido em flagrante por roubo e conduzido à 21ª DP (Bonsucesso). A Polícia Civil afirma que o jovem se recusou a prestar depoimento, mas ele nega que isso tenha acontecido. O rapaz relatou que Josilene disse ter o reconhecido como autor do roubo, enquanto ele implorava para que a mulher dissesse a verdade.
"Ela me acusou, falou que fui eu que botei a arma na cara dela. Que arma é essa que nunca apareceu? Nunca encostei nem em arma de paintball, não sei nem segurar. A atitude dos policiais foi de 'criminoso é criminoso'. Em nenhum momento, quiseram me ouvir. Não me escutaram, não me perguntaram nada. Só fui preso. Não dei meu depoimento. Só pude falar depois que saí da cadeia", desabafou.
Thiago, então, foi encaminhado a um presídio para aguardar a audiência de custódia. "São os piores dias da minha vida. Na minha concepção, todo mundo precisa pagar pelo que faz.
Ali tem muita gente inocente, que não teve essa oportunidade de ser escutado que eu está tendo. Também tem muita gente que merece estar ali, pagando pelo que fez. Porém, ninguém merece passar pela forma que é lá dentro. Você está preso, já é um castigo, é horrível. Mas a forma que é lá dentro é surreal, nem animal merece passar por aquilo", contou.
*Com informações O Dia
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