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O Brasil de João



Em 12 de fevereiro de 1874 nascia na cidade de Nova Friburgo, João Pereira da Silva, filho do casal Clara Maria da Conceição do Nascimento e Desidério de Oliveira. Sempre com muita dificuldade João ajudava no orçamento familiar trabalhando como caixeiro ao mesmo tempo em que fazia seu primário na cidade de Macuco.

Foi aos 15 anos que o lado educador de João aflorou e mesmo tendo apenas o curso primário começou a lecionar para quatro alunos nos fundos da oficina do irmão mais velho que trabalhava como ferreiro. E não demorou muito para João erguer o Colégio Nossa Senhora da Conceição, sua primeira escola dentro de uma Fazenda chamada Maravilha onde lecionava para os funcionários.

A popularidade do professor João fez com que o coronel Alfredo de Morais dono da Fazenda Providência o contratasse para lecionar, e em 1893 se transferiu para São Francisco de Paula. Um ano depois foi nomeado professor público em Lumiar onde exerceu essa atividade por 4 anos. Foi nessa época que conheceu Magnólia, sua companheira para toda vida. Casaram-se em 1900 e seguindo a máxima de que ao lado de um grande homem existe uma grande mulher, com ajuda de Magnólia no dia 12 de outubro de 1902 fundava em Estrada Nova, município de Itaocara, o Colégio Brasil. Batalhador como sempre foi, fez ele mesmo as primeira mesas e cadeiras de caixotes de madeira para seus 6 únicos alunos.

Em 1909 mudou o colégio de Itaocara para Cordeiro onde também fundaria um banco e um jornal. Foi neste mesmo ano que adotou sua pátria ao nome passando a se chamar João Brazil. O motivo dessa mudança foi a má fama de um homônimo na cidade de Nova Friburgo.

Foi em 1914 que João Brazil adotou de vez a cidade de Niterói alugando a chácara de seu xará João Rodrigues Serrão, onde hoje é a Noronha Torrezão. Não demorou e João Brazil, prestes a completar 10 anos residentes na cidade sorriso, ganhou o maior de seus presentes do então prefeito Cantidiano Rosa, o contrato de cessão da utilização do patrimônio que pertenceu à Constantino Pereira de Barros, o famoso barão de São João de Icaraí. O belíssimo palacete que então estava funcionando como o asilo da Velhice Desamparada. Neste lugar João Brazil pode dar continuidade ao que sempre quis fazer em toda sua vida, educar. E assim o Colégio Brasil se tornou referencia na educação Niteroiense e no Brasil. No começo o colégio funcionava como internato e externato para rapazes e somente na década de 30 o colégio abriu as portas para meninas.

Muitas personalidades importantes no cenário nacional passaram pelo Colégio Brasil como músicos, cineastas, educadores, políticos, militares e até um rei. - “Falando sério, bicho!” - É, foi no Colégio Brasil que rei Roberto Carlos aprendeu a ser “o cara”.

O Colégio Brasil ainda funcionou quase meio século após a morte de seu criador. Fechou as portas em 1985 e infelizmente nos dias de hoje o histórico palacete localizado na Alameda São Boaventura corre o risco de não mais existir, podendo vir a desabar ou mesmo virar estacionamento do condomínio que faz parte do terreno. Mas para que isso não aconteça a família Brazil, moradores do Fonseca e ex-alunos e professores do colégio brigam pelo seu tombamento e a criação de um espaço cultural no lugar e assim mantendo a história e a memória desse bem importantíssimo para cidade de Niterói.

Merecidamente este educador tão importante foi homenageado de diversas formas pelo Brasil a fora após sua morte, mas dentre as mais importantes na cidade de Niterói está Escola Municipal João Brazil no morro do Castro e a Avenida Professor João Brasil tão importante para o gonçalense de Alcântara que trabalha no Rio, corta por Tenente Jardim para fugir do engarrafamento da Alameda.

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