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Entupir cadeia não resolve



Todos nós estamos observando que a violência cresce assustadoramente no país. Os agressores, em grande número - quase sempre - constituídos de menores. A faca passou a ter predominância em relação a qualquer outro tipo de arma. Chamando a atenção ou não, o fato é que isso virou terrível desespero para o cidadão de bem que, de uma hora para outra, pode se tornar a próxima vítima.

Pois bem: a grande discussão no momento é quanto á redução da maioridade penal para 16 anos. Para muitos, se um jovem com essa idade pode votar e escolher nossos representantes políticos; ao matar, estuprar e cometer outras atrocidades, por quê não pode também responder pelos crimes praticados?

Pesquisas apontam que mais de 70% dos entrevistados foram favoráveis à redução da maioridade penal. Ora, neste caso, observando e raciocinando, ao mesmo tempo, o que notamos é que são poucos os interessados em estudar as causas de toda essa engrenagem altamente problemática, no que diz respeito aos aspectos sociais. Muitas pessoas exalam ódio e acham que o encarceramento é o melhor remédio. Esquecem que a época do nazismo já passou: crianças de 12 a 15 anos eram aprisionadas por anos e anos até à prisão perpétua.

Já falei, escrevi e vou repetir: não estou aqui defendendo os que andam fora da lei. O que não se pode é virar as costas para os problemas sociais do país. Crianças abandonadas, famílias desestruturadas e sem as mínimas condições de subsistência. Por que não se discute cobrar de deputados e senadores votação de programas educativos em benefício desses jovens; investimento em melhoria de escolas, assistência às famílias desamparadas e outros benefícios prioritários?

Na verdade, há muita hipocrisia por aí. O governo gasta rios de dinheiro desnecessariamente e, praticamente, não se vê projetos em benefício da criança abandonada. Bandido é bandido, como muitos dizem por aí; mas nem todo bandido é bandido porque quer. Se a raiz não for trabalhada, se não houver investimento necessário, alguém vai sempre ter dificuldade em querer cobrar mais adiante. Violentado no seu direito de ir e vir, o povo não quer saber de conversa; quer ação e solução. Então, que se cobre do governo enquanto é tempo.

J. Sobrinho é jornalista

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