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Adélia Martins, educação se faz com amor ao próximo



Adélia Martins tinha tudo para passar pela vida, apenas passar, mas ela fez mais do que passar. Ela passou e plantou uma semente que germinou e dela brotou uma bela árvore que ainda continua frutificando na nossa cidade. A árvore do conhecimento.

Aos 29 dias do mês de agosto do ano de 1872 nascia no município de Boa Esperança, cidade de Rio Bonito a heroína da educação gonçalense. Adélia Martins era filha do médico Dr. Joaquim de Almeida Marques Simões e Maria de Freitas Simões, os grandes responsáveis pela sua alfabetização. A menina nasceu obstinada em realizar seu sonho e ainda nova começou a lecionar para os colonos e vizinhos da fazenda onde residia em Rio Bonito. Mas ela queria mais, queria se especializar e seu pai deixou a grande missão de prepará-la para Escola Normal de Niterói com o seu amigo também médico Edmundo March, filho do famoso médico Dr. March.

Quando ingressou na Escola Normal de Niterói Adélia já tinha 5 filhos e nos dias de aula sem ninguém que pudesse cuidar enquanto assistia as aulas, os deixavam no Grupo Escolar “ Barão de Macaúbas”, do respeitado pedagogo do período monárquico Abílio Cesar Borges. Foi nesse período que foi chamada de heroína pelo seu professor Ataliba Lepage.


Durante a gestão do Presidente do Estado do Rio de Janeiro Dr. Alberto Torres (deu o nome ao Hospital Estadual no bairro de Colubandê) Adélia Martins foi nomeada professora subvencionada no próprio Município onde morava. Mais tarde, no governo de Dr. Nilo Peçanha acabaram as subvenções e nessa parte da vida que São Gonçalo ganha o coração de Adélia que se muda para São Gonçalo alugando uma salinha na casa do senhor Salvino de Souza em uma região chamada Coelho (atual bairro de mesmo nome) onde na época não existia nenhuma escola.

Adélia determinada na missão, começou a correr a freguesia passando de casa em casa dos moradores do local avisando-os para mandarem seus filhos para escola sem se preocuparem com custo, tudo 0800. O resultado foi tão satisfatório que a salinha não deu mais para comportar tanta criança, e Adélia não perdendo tempo adquiriu da família Duque Estrada a antiga casa grande da Fazenda do Coelho.

Pedia doação de caixotes de madeira aos comerciantes locais para servirem de banco para seus alunos, para o governo pedia doações de materiais escolares (caderno,giz e quadro). Também conseguiu com que o governo através de doação fizesse um grande galpão de madeira e telhas para atender mais alunos.


Adélia era muito querida por todos no palácio do governo, levava frutas frescas, pudim e bolo.

Com tamanha força de vontade Adélia foi reconhecida pelo então prefeito de São Gonçalo Geraldo Ribeiro que a nomeou professora Municipal. Mas Adélia queria mais e não satisfeita conseguiu que o então Presidente do Estado Dr. Feliciano Sodré a incluísse no quadro de professores efetivos do Estado e foi nomeada para uma escola vaga numa fazenda do Município fluminense de Vassouras.

Mas seu lugar não era ali, e guerreira como sempre, consegue o maior de seus objetivos. Intercedeu junto ao Presidente Feliciano Sodré a sua transferência da escola em que trabalhava no Município de Vassouras para o Coelho, e doou a escola de sua propriedade para o Estado onde passou a existir como grupo escolar.

Em 1966 o então prefeito Joaquim de Almeida Lavoura com a presença do governador do Estado General Paulo Torres realizou a inauguração oficial do grupo escolar Colégio Estadual Adélia Martins no Campo do Coelho. E até hoje funciona em 4 turnos diários com mais de 1000 alunos.

Essa árvore que nossa heroína plantou frutificou e é responsável pela formação anual de dezenas de gonçalense moradores do Coelho e adjacência, os armando para enfrentar o mundo com a melhor de todas as armas. A educação.


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