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Cultura: Speziali não entendeu bem o espírito da coisa



Debates amplos e honestos sobre determinados temas são fundamentais para o avanço da sociedade. E a motivação deste artigo se dá pela necessidade de responder a um outro artigo, de autoria do jornalista Marco Speziali, na página 2 de seu jornal Redação Móvel, com o singelo e sugestivo título "Audiência Pública é o c...lho".

O texto de Speziali discorre sobre a Audiência Pública realizada no dia 14 de setembro na Câmara de Vereadores, cujo o tema foi o Plano Municipal de Cultura (PMC), elaborado pela sociedade civil e o poder público a fim de normatizar as ações na área.

O jornalista, dono de um extenso currículo em diversos veículos de comunicação do Rio de Janeiro, e militante ocasional das artes cênicas na cidade, desqualificou a audiência pública talvez por não ter compreendido a sua missão: criar mecanismo para pôr em funcionamento imediato o PMC que desde 2010 pula de gaveta em gaveta da prefeitura sem ter sido apresentado à Câmara para sua votação, aprovação e posterior sanção do chefe do executivo.

Diante dessa incompreensão, o ilustre jornalista criou um arcabouço argumentativo que ao leitor desatento pode parecer verossímil, mas que não se sustenta porque parte de premissas absolutamente falsas que só empobrecem o debate.

Diferentemente do que afirma, o motivo do encontro NÃO foi debater o cenário atual da Cultura em São Gonçalo, embora tais demandas tenham surgido de forma transversal ao foco da audiência que foi o PMC. Passou batido a Marco Speziali que tais demandas já estão concentradas no Plano, que foi construído ao longo dos anos por diversos atores culturais e do poder público, como já dito anteriormente.

A audiência realizada foi o desdobramento das ações do Fórum de Políticas Culturais de São Gonçalo que possui ativistas envolvidos na construção do PMC desde o início, seja como membros da sociedade organizada, do Conselho de Cultura ou do poder público à época. O Fórum, que já vinha se mobilizando junto à sociedade, criou pontes de diálogo com o Poder Legislativo e com o Executivo que se materializaram no encontro do dia 14.

Diante do desconhecimento de todo esse processo, Speziali recorre à fulanização do tema, ora cobrando a presença de uns, ora desqualificando a presença de outros. De modo a sugerir, absurdamente, que a audiência fora um conluio da oposição ao governo. Mas adiante, toda a sua ignorância é revelada, quando afirma que "reunião de cultura se faz dentro de espaço onde se fomenta a cultura. Plenário é outro estágio". Valha-me Deus, Speziali! É na Câmara o último estágio do PMC!

Em relação à suposta falta de publicidade da audiência, deve se atentar que sociedades civil e política tem dinâmicas próprias de mobilização e articulação. Posso apenas responder pela primeira que, com esforços próprios, fez a divulgação com os meios disponíveis de comunicação digital e impressa. O Legislativo e o Executivo com certeza possuem os seus ritos internos, e cabem a eles responderem pelos seus atos.

Reitero o respeito que tenho pelo profissional Marco Speziali e reconheço todas as suas ações na cidade que cerram fileiras para o seu desenvolvimento. Mas não poderia jamais me furtar desse debate, já que o que está em jogo é a implantação de uma política cultural de médio e longo prazos em São Gonçalo. Essa réplica tem esse objetivo.

E vamos juntos.

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