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Galera do Skate se une e ocupa galpão no Centro



"Eu só quero é ser feliz, andar de skate na cidade onde eu nasci... "

Com certeza o morador ou quem anda pelas ruas da cidade já esbarrou com algum praticante de skate. Eles estão aí, aos milhares, espalhados por todos os quadrantes de São Gonçalo. Mas estão órfãos e sem espaço adequado para praticar este que é o esporte urbano por excelência e o mais desenvolvido em todo o mundo.

O skate nasceu na Califórnia (EUA) como uma extensão da prática do surf nos anos de 1960. Chega ao Brasil no final da década seguinte e a partir de meados de 1980 se populariza de vez nas grandes cidades e, sobretudo, nas periferias. Aqui em São Gonçalo o esporte se desenvolve mais na região do grande Alcântara onde, mais tarde, seria construída uma rampa na Praça Chico Mendes. Rampa essa criminosamente destruída para dar lugar ao projeto megalomaníaco da Praça da Biblia por obra e graça da ex-prefeita Aparecida Panisset em 2011.

Esse ato tresloucado da ex-prefeita gerou reações e formação inédita de uma consciência coletiva entre os praticantes do esporte liderados pelo skatista veterano Fábio No-Comply, hoje com 38 anos. “Chegamos a organizar duas grandes manifestações em 2012 e em 2013 no aniversário da cidade”, lembra No-Comply. Essa experiência coletiva inspirou a criação do movimento SK8-SG que, além de organizar eventos de lazer próprios do skate, estimula encontrar soluções urbanísitcas para a cidade. “Um dos maiores problemas, no nosso entendimento, é a mobilidade urbana em São Gonçalo, caro e insuficiente. Criamos um projeto de construção de ciclovias interligando pelo menos 12 praças em diversos bairros. Seriam vias tanto para ciclistas, quanto para praticantes do skate. Ciclovias ‘skatáveis”, emenda Fábio, lembrando que o projeto está disponível na página do facebook do SK8-SG.


Para divulgar este e outros projetos, o SK8-SG ocupou um galpão abandonado no centro da cidade e ali instalou uma rampa construída pelo próprio movimento onde é utilizada para o lazer e disputadas competições que atraem até 350 participantes por etapa: “Essa rampa nós mesmos construímos e mesmo assim custou R$ 5 mil bancados pelos nossos parceiros, o Colégio Odete São Paio e as lojas Front Side SK8 Shop, Roques Skate Shop e Cultures. Hoje o que precisamos é de infraestrutura básica como água e luz elétrica”, continuou Fábio.

Após repercussão do video produzido pelo Coletivo Moinhos de Vento, o SK8 foi procurado pelo secretário de Turismo e Cultura, Michel Portugal, que se dispôs a intermediar uma locução com o poder público: “Foi uma conversa construtiva e esperamos que, além de não nos expulsarem do espaço, que a gente possa juntos transformá-lo num ponto de Cultura, Esporte e Lazer para o gonçalense já tão carente dessas iniciativas”, disse Fábio.

Gravita em torno do skate uma densa e rica cultura comportamental tipicamente urbana e despojada, apropiada pela música e pela moda, por exemplo, que podem, por que não, encontrar espaço cativo no galpão recém ocupado: “A galera do rock e do hip-hop sempre marcam presença no galpão, mas falta grana e infra pra molecada se apresentar”, revela No-Comply.

O pano de fundo do movimento é fortalecer a cultura do skate em São Gonçalo que sempre foi muito forte e perde espaço a cada dia para a cidade vizinha, Niterói: “Estamos perdendo a galera para Niterói, que construiu duas super rampas em São Francisco e no Horto. Por dois motivos: falta aqui equipamentos e pela mobilidade. O cara do Colubandê prefere ir para Niterói que vir para cá, no Centro”, finaliza Fábio No Comply, que é um estudioso do assunto e tem 4 livros para serem lançados.


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