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São Gonçalo: adeus pierrot, colombina e Quarta-Feira de Cinzas



Há mais ou menos 10 dias o governo Neilton Mulim anunciou o cancelamento dos subsídios (dinheiro público) para o carnaval nos bairros, num total de 48, e para as agremiações locais de escola de samba que desfilarão (?) no Patronato. Uma "economia" de 3 milhões de reais, segundo o governo, que supostamente reforçará o fundo de saúde num momento de grande crise nas unidades estaduais pressionando a rede municipal, mais precisamente os pronto socorros do Alcântara, Centro e o Hospital Luiz Palmier.

O anúncio gerou reações contrárias e a favor do governo nas redes sociais, com uma sensível vantagem para esta última. Até aí nenhuma surpresa, pois São Gonçalo é quase que predominantemente evangélica e o "povo de Deus" é sincera ou hipocritamente avesso à festa da carne. Junte-se aos "crentes" aqueles que são "ou ruim da cabeça ou doente do pé", como dizia Dorival Caymmi. Pronto, adeus pierrot, colombina e adeus Quarta-feira de Cinzas.

Porém, a saída de cena do poder público às vésperas do Carnaval tem focinho, corpo e rabo de bicho demagogo, além de ter revelado uma gritante desconsideração com a rapaziada do samba da cidade e com o povo mais pobre que brinca nos seus bairros. Do facão, apenas a Porto da Pedra se livrou do corte, ainda bem, justamente no ano em que apresenta na Avenida o centenário do Palhaço Carequinha, o maior ícone gonçalense.

Vida que segue, o Carnaval é mais forte que qualquer governo, e não será por falta de palco e arquibancada que ele deixará de se realizar ou existir. Mas essa atitude da prefeitura abre um precedente discricionário perigoso contra manifestações artísticas e culturais alternativas e das minorias. Carnaval é CULTURA e assim deve ser tratado por qualquer gestor público. Mais uma vez o prefeito demonstra falta de planejamento e de zelo pela cidade que é um dos maiores celeiros de sambistas, compositores e artistas plásticos do Carnaval do Rio de Janeiro. E todos eles começam nos seus bairros com suas agremiações.

Muitos que acharam honestamente tal atitude nobre, talvez não saibam que o governo sofre de graves falhas de gestão do dinheiro público, que mantém, por exemplo, mais de 7 mil cargos comissionados, a grande maioria irregulares, que consomem anulamente 200 milhões de reais. E quem entra de bode expiatório nessa história é a rapaziada do samba e quem curte o Carnaval em São Gonçalo.

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