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Bagagem de mão



Toda vez que viajo, eu me dou conta de que preciso de poucas coisas. Sou adepta da mala enxuta: é mais fácil de fazer, de desfazer, é mais leve e aguça a criatividade na hora de escolher as peças de roupas e combiná-las entre si. Carrego o essencial. E o essencial é muito pouco. Houve um tempo em que eu tinha um closet enorme, sapatos, bolsas, roupas que jamais usei. Percebi, com os anos, que aquilo não passava de um fetiche, pois não tinha utilidade. Na prática, eu não tinha nem mesmo tempo de usar tudo. Mas comprava e guardava. De alguma forma aquilo tudo preenchia um espaço no meu armário e na minha vida. Não raro cismo de reorganizar a casa toda. E cada vez que faço isso, diminuo o número de jogos de lençóis, toalhas, xícaras, pratos, travessas, roupas, sapatos, bolsas, acessórios, objetos de decoração. Na minha casa moram apenas 2 pessoas, não há nenhuma necessidade de um enxoval digno do Palácio de Buckingham.

Marie Kondo, uma japonesa que virou celebridade internacional ao lançar o livro “A Mágica da Arrumação”, ensina, entre outras inúmeras dicas de organização, a guardar apenas aquilo que nos faz realmente felizes. Uma jaqueta que me aborrece toda vez que preciso lavá-la não me é necessária.

Compramos por impulso. Somos levados pela propaganda a consumir indiscriminadamente. Quantas vezes compramos algo apenas porque “está em promoção”, ou “está na moda”, sem analisarmos se realmente aquele objeto vai fazer a diferença na nossa vida. Entulhamos nossas gavetas, nossos armários, entulhamos nossas vidas de coisas, e coisas e coisas inúteis, para satisfazer uma melancolia momentânea, para aparentar sermos quem não somos ou para sermos aceitos num determinado grupo cujo universo simbólico se reduz a coisas.

Urge elegermos prioridades. Carregar uma mala mais leve, uma vida mais leve, recheada de momentos com as pessoas que amamos, bons filmes, bons livros, viagens inesquecíveis, nas quais entramos menos em lojas e mercados. Urge selecionar aquilo que nos traz alegria, que realmente importa. Listar aquilo de que não podemos abrir mão é um bom começo.

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