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Especialista da UERJ defende canalização e monitoramento de rios de São Gonçalo



Divulgação

O doutor geógrafo especialista em hidrologia, Otávio Rocha Leão, defende a canalização e o monitoramento permanente dos rios Alcântara e Imboaçú no sentido de evitar as tragédias em decorrência das chuvas que assolaram o estado São Gonçalo na quarta-feira.

Otávio, que é professor titular e chefe de departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ São Gonçalo enxerga como fato consumado a ocupação das várzeas de rios nas áreas mais densamente povoadas, como Colubandê, Alcântara e Jardim Catarina.

- Nesses trechos do rio Alcântara, o custo social e econômico para a remoção dos moradores é muito alto. A solução para acabar com o transbordamento do rio é a canalização destes trechos com critérios técnicos que calculem e monitorem a vazão do rio, além de prever dragagem periódica para evitar acúmulo de sedimentos - explica o professor.

Em 2010, dois meses antes da tragédia das chuvas na cidade, a prefeitura deixou voltar para os cofres da União R$ 65 milhões que foram destinados para a canalização dos rios citados pelo professor Otávio Leão. Em 2014 as obras de drenagem e recuperação do Rio Imboaçu pararam sem completar 30% do projeto executivo. Para o Rio Alcântara foi feito o edital no mesmo ano, mas as licitações não ocorreram.

Segundo Otávio, a grande vilã das enchentes é a urbanização sem critério que não leva em consideração as mudanças dos fenômenos hidrológicos acarretados pela presença humana no solo.

- A absorção da água pelo solo, sem a presença humana, chega a 98%. O restante escorre pelos córregos que alimentam os rios que cortam a terra até desaguarem na Baía de Guanabara. Com a ocupação e a urbanização essa absorção se inverte. A água que antes era naturalmente absorvida desliza por sobre casas e asfalto e se concentra nas áreas baixas de várzea dos rios numa quantidade muito maior - salienta.

O professor também chama a atenção para outro fenômeno da urbanização que é a diminuição da reserva de água dos aquíferos no subsolo.

- Se a absorção da água pelo solo diminui, a reserva de água dos aquíferos também diminui. Isso a longo prazo gera uma escassez de água potável e elimina a possibilidade de se retirar água de poços artesianos, ainda muito comuns em São Gonçalo - revela Otávio, que detectou problemas de poluição em poços do Jardim Catarina, e orienta as pessoas a não usarem a água por pelo menos dois meses.

É possível fazer a análise da água gratuitamente no laboratório de saúde pública de Niterói Miguelotti Viana. Pça. Vital Brazil/SNº. Telefones: 2710-3235 ou 2610-5293.

RIOS ALCÂNTARA E IMBOAÇÚ SAO OS MAIS IMPORTANTES DE SG

O Rio Alcântara (25 km) forma com os seus tributários uma sub-bacia a partir do Rio Sapé (9 km) e Pendotiba (5 km), sendo o primeiro com nascente no morro do Sapezal e o segundo na Serra Grande, ambos no município de Niterói. Ao se encontrarem no município de São Gonçalo, formam o Rio Maria Paula (5 km) que recebe mais adiante o Rio das Pedras (8 km), que nasce no Morro do Castro, que vai passar a ser denominado Rio Alcântara após cruzar a rodovia RJ 104 até atingir a Baía de Guanabara.

O Rio Imboaçú (8 km) percorre a parte central do município de São Gonçalo. O canal Imboaçú (6 km) separa a Ilha de Itaóca do continente, passando por uma área de manguezal bastante degradada. A força das águas do Rio Imboaçú foi utilizada no início do século XX para a produção de energia elétrica.

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