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Greve na Guarda: a mais nova dor de cabeça de Mulim



A Guarda Municipal está em greve, como fartamente noticiado pela imprensa. O movimento que começou no último dia 11 de julho é um desdobramento doído das paralisações de outubro de 2015, quando os trabalhadores resolveram cruzar os braços exigindo basicamente o que exigem hoje e não foi cumprido. Entre outras coisas, Plano de Carreira e melhores condições de trabalho.

A greve atual da Guarda contém um componente novo e importante, que é o apoio logístico e estratégico do sindicato dos servidores municipais local (Sindspef), que incorporou às suas bandeiras históricas as demandas da instituição quase octogenária, uma das mais antigas do estado do Rio de Janeiro. Essa união tática e estratégica entre Guarda e Sindspef deu maior organização, disciplina, unidade e coesão ao movimento grevista e, por consequência, uma baita dor de cabeça ao prefeito Neilton Mulim.

A força real e simbólica da Guarda Municipal em São Gonçalo é muito grande. Politicamente é uma tragédia para o prefeito ter entre 150 e 200 homens e mulheres de bege protestando todos os dias em frente à prefeitura exigindo coisas básicas como fardamento decente e viaturas em estado mínimo de conservação. Mulim não ouviu o recado dado pelos guardas na paralisação do dia 29 de junho último, apostou alto numa improvável desmobilização e deve pagar caro por isso agora, às vésperas de uma eleição em que pretende novamente concorrer.

O que é mais notável nas reivindicações dos guardas municipais não envolve necessariamente recursos dos cofres públicos, à exceção do fardamento e da manutenção das viaturas, que foram aos poucos se tornando problemas crônicos. A principal reivindicação da categoria envolve muito mais planejamento e gestão dos recursos humanos da instituição pela prefeitura que durante todos esses anos veio empurrando com a barriga. Por isso será muito difícil o prefeito tirar da cartola uma solução que agrade à Guarda neste momento. O desgaste entre prefeito e corporação já é muito grande e a pecha de mau gestor já foi colada na testa do alcaide.

A situação do prefeito não é nada tranquila, nada favorável. Mesmo entrando na Justiça contra a greve para ser declarada ilegal, é bem provável que o Sindspef use em sua defesa material farto da imprensa constatando o estado de calamidade física da instituição e a total impossibilidade de retorno ao trabalho sob condições insalubres e degradantes. Isso criaria um novo embaraço para Mulim, que poderia ser processado e condenado pelos crimes de responsabilidade e improbidade administrativa. O famoso tiro pela culatra.

Nunca uma greve foi tão óbvia e a incompetência de um governante tão escancarada.

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