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Artistas gonçalenses surpreendem expectativas do Teatro Municipal de Niterói



Fotos: Bernardo Marques

O espetáculo “Omi – do leito ao mar”, encerrou a primeira temporada no domingo, dia 10, no Teatro Municipal João Caetano, em Niterói, com sucesso de público e crítica.

A montagem da Cia. Ávida conta histórias das deusas da mitologia africana em dialetos iorubá. E como confidenciou o idealista do projeto a este humilde que vos escreve, num dos corredores do Terminal João Goulart, ano passado, o espetáculo condiz ao esboço da época.

- Levar conhecimentos da mitologia africana ao público infanto-juvenil, para que cresçam sem preconceitos sobre o tema, rico em danças e ritos ainda mal vistos por uma camada da sociedade – revela Gabriel Mendes, que assina e dirige a montagem, sem propagar religião ou fé. – E através do lúdico torna-se mais fácil o entendimento entre artistas e plateia – completa Mendes, concretizando a ideia com maestria.

Professor de Língua Portuguesa, o jovem gonçalense Gabriel Mendes, inconformado com a pouca – ou nenhuma por descaso ou preconceito de professores - difusão da cultura africana nas escolas. Por essa e outras, reuniu a boa nata de atores do município vizinho para a belíssima montagem.

Cores, Luzes e Água


Os olhos brilham anunciando mistérios. Ivan de Oliveira, Érika Ferreira, Nivea Santana, Kadu Monteiro e Michael Alves interpretam seus papeis com pura emoção. Os músicos Walace Dantas, Raquel Terra, Nelson Gaia e Silvando Marciano em sinergia com os atores.

Valério Bandeira manteve a originalidade nas cores da indumentária. Ronald Lima com cenário em diversos tons de poesia. As cenas surgindo e o público atento a cada movimento. Papéis femininos em corpos masculinos e vice e versa. É a África se camuflando para sobreviver das forças do mal, branco.

As lavadeiras transformam-se em iabás. Nanã que diga se é barrenta ou cristalina a água que cai sobre Oxum na instigante cachoeira. Iansã venta para o Omi seguir estrada. Ewá e o arco íris à beira do rio reluz. Mas é Iemanjá, a Mãe de todos nós, que da trouxa de roupas faz mares e atinge o clímax do espetáculo ao surgir.

Unir tradicional e contemporâneo não é para qualquer um. Mas em Omi, a apresentação começa ainda fora do aparelho cênico, com os atores convidando os transeuntes para dentro do teatro. É o primeiro momento de liberdade da Ávida, quebrando alguns paradigmas já conhecidos no TMJC.

Que a história de “Omi – do leito ao mar” seja longa, com premiações e incentivos, angariando sempre grande número de espectadores, por onde possa abrilhantar.


André Santana é poeta, ator e produtor artístico.

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