As pataquadas da liderança do governo Nanci na Câmara
Toda liderança de governo, quando indicada para fazer a meiuca entre os poderes executivo e legislativo, tem duas obrigações básicas: ser bem informada de todas as ações da administração e levar boas notícias para os seus pares na casa legislativa, sobretudo aos que compõem a base de sustentação do prefeito.
Uma liderança ideal jamais - ou quase nunca - deve polemizar com a oposição, porque a polêmica é a única arma que ela possui, quando minoria, para fazer barulho e ter visibilidade. Mas o tratamento deve ser sempre cordial como manda a política da boa vizinhança.
E jamais, jamais! polemizar com o próprio governo que encarna e defende na Câmara.
O fato é que de duas semanas para cá, pelo menos, a liderança do governo Nanci deu curto circuito e bate cabeça. O líder José Carlos Vicente e o vice Alexandre Gomes, cometem gafes atrás da outra e complicam ainda mais a situação política já delicada do prefeito e aliados com os vereadores.
Vicente, vereador experiente e boa praça, autor de frases espirituosas que lhe valeram a alcunha de poeta, a cada dia se mostra mais desconfortável no papel incumbido a ele pelo prefeito.
Tanto que na última terça rasgou qualquer etiqueta e fez uma declaração mortal contra um membro do próprio governo, o secretário de Educação Diego São Paio, jogando-o inapelavelmente na cova dos leões para ser devorado:
- Ele (Diego) se habituou a fazer oposição ao (ex-prefeito) Neilton Mulim, agora ele faz oposição aos vereadores.
É o famoso fogo amigo.
Já Alexandre Gomes demora em desincorporar o papel de oposição exercido na legislatura passada e mantém o mesmo estilo voluntarioso e agressivo quando sobe à Tribuna para defender o governo, fugindo ao tom de mediador de conflitos - esse sim, o seu novo papel - e colocando ainda mais lenha na fogueira.
Involuntariamente acaba dando munição à oposição, que deita e rola.
Na polêmica da instalação dos 'pardais' nas ruas da cidade, o que deveria se delimitar num debate meramente técnico, descambou para um embate político, armadilha criada pela oposição que Gomes caiu e ainda revelou uma inconfidência do prefeito, antecipando a exoneração do subsecretário de Trânsito, Luis Eduardo Corso.
É o famoso 'botar os pés pelas mãos'.
Esse é um típico anúncio que apenas o prefeito tem a prerrogativa de fazê-lo.
José Luiz Nanci identificou o problema. Convidou o vereador Thiago da Marmoraria para substituir Corso, abrindo uma vaga na Câmara. No seu lugar assume o suplente Jorge Mariola.
Mariola, que já foi vereador por três mandatos, deve assumir a liderança de governo.
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