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O tempo político, o governo Nanci e os desafios que tem pela frente



Um governo possui dois tempos distintos que se complementam: o tempo político e o tempo administrativo. O primeiro está ligado às forças que sustentam o governo e o segundo aos quadros que tocam a gestão, que não precisam ser necessariamente alinhados ao chefe do executivo.

O tempo administrativo, dependendo dos projetos e das metas estabelecidas, é de média e longa duração.

O tempo político tende a ser instável e caótico, porque sobre ele atuam várias forças difusas que fogem ao controle do governante.

Diferentemente do que pensa o senso comum, um governo deve primeiro compor com a classe política no sentido de garantir maioria e consenso para ter estabilidade - mesmo que ilusória - para governar.

Construídas as alianças, o governo deve se voltar para a população e eleger metas factíveis que ela entenda e colabore, mesmo que as ações sejam aquém do que é necessário. É melhor prometer pouco e cumprir do que prometer o mundo e nada entregar.

O governo Nanci costurou mal as alianças com a classe política e não está sabendo, até agora, se comunicar com a população. O resultado é um clima de instabilidade, conspirações subterrâneas e uma sensação geral de estafa dos seus eleitores.

O prefeito ainda não compreendeu qual é o seu tempo político, por isso ele (o tempo) pode ser implacável com o governo.

José Luiz Nanci não está usando as adversidades da gestão a seu favor. Não está mostrando à população, de modo franco e preciso, a crise econômico-financeira que se abateu sobre o município em decorrência da queda brutal de repasses dos governos federal e estadual. O país está em crise, e São Gonçalo não é uma ilha.

Por não fazer isso, o tempo administrativo é pressionado a responder por demandas que a cidade não pode absorver atualmente. Numa previsão otimista, se seguir o regime de austeridade adotado para equilibrar as contas, a prefeitura só voltará a ter capacidade de investimento no segundo semestre de 2018.

O governo sabe disso, mas não conta à população. É um erro infantil que vai custar muito caro

O governo Nanci carece de narrativa política porque ainda não conseguiu criar uma identidade. É curioso. A pessoa do prefeito carrega todo o simbolismo do gonçalense comum: simples, acessível, generoso. Presença constante nos jogos de dominó e nas conversas despretensiosas com os amigos no calçadão da Praia das Pedrinhas.

José Luiz Nanci é um raríssimo caso de comunicação e marketing político espontâneo que não é aproveitado. Há tempo para reverter isso.

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