top of page

Prisão de Mulim explica a 'demora' do governo na escolha de nova empresa de iluminação públi



Tem coisas que só o tempo é capaz de mostrar, nem que seja através de estranhas ironias.

Dois dias depois de finalizada a licitação da iluminação pública em São Gonçalo, o ex-prefeito Neilton Mulim e mais colaboradores e empresários são presos.

O ministério público acusa o ex-mandatário da cidade de fraude e superfaturamento no contrato com a antiga empresa prestadora de serviços, a Compilar Entretenimento. O serviço, antes orçado em R$ 5,8 milhões, pulou para R$ 15,5 mihões em 2015 e 2016. O MP acredita que a fraude gerou prejuízos de R$ 40 milhões aos cofres da prefeitura.

A prisão de Mulim é o desfecho fantástico de uma 'novela' que tem início em março deste ano, e explica de forma didática o enredo desta história.

No início do governo, a equipe técnica se aproximou do MP e tomou conhecimento das investigações contra a Compilar. Em março, o contrato foi cancelado e o passivo com a empresa, que se arrastava desde agosto de 2016, não foi pago. Há relatos de reuniões tensas nos gabinetes da prefeitura com vereadores e empresários que exigiam o pagamento imediato das dívidas com a Compilar.

O imbróglio foi parar na Justiça.

Em maio, a prefeitura chegou a reunir as empresas em modelo presencial de pregão para concluir a licitação de escolha da nova empresa que iria gerenciar a iluminação pública. Um grupo de vereadores, a maioria de oposição, extrapolou suas funções de fiscalização e exigiu participar, dentro da sala de licitação, do ato de abertura dos envelopes. A licitação foi cancelada.

A equipe técnica do governo, para evitar novos constrangimentos, resolveu realizar pregão eletrônico para a escolha da nova empresa. Finalmente a licitação é concluída no último dia 8 de agosto, tendo como vencedora a Ilumina Soluções, com um lance de R$ 8 milhões, R$ 7,5 milhões a menos do contrato com a Compilar.

Pelo menos desde outubro do ano passado a manutenção regular da iluminação pública não era realizada, o que deixou muitos pontos da cidade às escuras. Mesmo podendo optar por um contrato emergencial até a realização de licitação para escolha de uma nova empresa, o governo segurou firme, aguentou as pressões e as críticas virulentas de vereadores de oposição.

Depois da prisão de Mulim realizada hoje fica clara a decisão e as razões do governo. O que parecia inércia em resolver o problema da iluminação pública, na verdade foi prudência.

Como se sabe, prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Gostou? Curta a página Daki no facebook aqui e fique bem informado.


POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page