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Fim de contribuição obrigatória obriga sindicato a vender sede em Niterói


Mudança na lei trabalhista abre crise nos sindicatos


Receitas de sindicatos chegam a ter queda de 95%

A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio de Janeiro (Fedmetrj), vai pôr à venda o prédio onde funciona a sua sede, na Rua Coronel Gomes Machado, 122, no Centro de Niterói. O imóvel, construído em 1977 e de quatro andares, foi avaliado em R$ 3,5 milhões. O motivo da transação é a queda de arrecadação com os associados, devido ao fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, determinada pela Reforma Trabalhista, no final do ano passado. Expõe ainda a crise no setor com o fim do imposto. A nossa arrecadação caiu 90%. A nossa situação está bem difícil. Só estamos utilizando um andar. O restante do imóvel está ocioso. Vamos procurar outro espaço, com três ou quatro salas. Ainda não vimos o bairro. Estamos tentando sobreviver e oferecer os serviços aos nossos 11 sindicatos filiados. Acreditamos que em breve venderemos o prédio, que tem um auditório muito bom”, informou Sérgio Barbosa Claudino.

O dirigente convocou o conselho de representantes dos sindicatos afiliados para assembleia geral extraordinária, no próximo dia 24, às 9h, para discutir e aprovar a venda do prédio.

O Sindicato dos Empregados de Edifícios de Niterói, com 3.850 associados, entre porteiros, zeladores, faxineiros e demais trabalhadores de prédios, existe há 25 anos e com a queda de arrecadação busca meios de sobreviver.

“Tivemos queda de 95% na receita. Estamos procurando ficar mais perto dos trabalhadores. Temos ambulatório odontológico e médico. O nosso setor de Recursos Humanos oferece curso de três meses para empregados de condomínios, com psicólogo, assistente social e administrador de empresas. A diária de um trabalhador custa R$ 47, que antes era paga por ano em contribuição”, explicou o diretor administrativo do sindicato, José Juvino.

O Sindicato dos Vigilantes de Niterói também sentiu o impacto do fim do imposto.

“Essa reforma serviu mais aos empresários que os sindicatos. Foi para nos enfraquecer. Tivemos uma redução ainda não totalmente calculada por nós. Estamos compensando com serviços e para mostrar que os trabalhadores precisam de nós. Temos convênios com autoescolas e médicos, que oferecem descontos. Oferecemos ainda assistência jurídica. A contribuição sindical não pesava muito, mas, ajudava”, contou o presidente do sindicato, Cláudio Vigilante.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) registrou queda de 18% na arrecadação.

“Esses recursos eram direcionados essencialmente para obras de reforma e manutenção das seis sedes, incluindo a social, do sindicato, que teve que reordenar suas despesas nessa área para se adaptar a essa nova realidade. No entanto, em função da grande quantidade de serviços prestados pela entidade, o número de associados do Sintronac é alto. Temos 8.200 rodoviários e 3.600 aposentados são sócios ativos”, afirmou.

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