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A carne está cara e o frango assado somos nós. Eu tô na padaria do Gradim, por Romario Regis


O aumento do preço da carne por conta dos acontecimentos recentes é normal, o que não é normal é o Governo Federal não atuar no sentido de preservar o mercado interno como TODO país minimamente organizado faria mesmo que isso significasse uma maior intervenção do Estado na economia. O Estado, inclusive, existe para isso. Ele é o remédio que vai atuar nos sintomas de desequilíbrio um país.

Primeiro vou explicar o aumento do preço da carne em três tópicos (existem outros, mas esses são os principais);


1 - Uma doença que afetou porcos na Ásia fez com que a China aumentasse significativamente o consumo de carnes brasileiras e isso faz com que o abastecimento interno seja comprometido pois nossa produção não é suficiente para dar conta dessa demanda.


2 - O preço da arroba do boi gordo aumentou por conta das expectativas do mercado de que a exportação aumentaria (por conta do tópico 1 e outros fatores).


3 - Com a falta de carne nas prateleiras do mercado, o aumento da venda de Frango e Porco faz com que os produtores “aproveitem” esse momento para aumentar o preço de todas as proteínas.

Pronto, esses são tópicos fundamentais, agora vamos para a política.


Quando você é eleito para representar um determinado território, seja você um Vereador, Prefeito, Deputado, Governador, Senador ou Presidente, você vai pilotar ou pressionar o setor público para defender os interesses do território que te elegeu. Um exemplo simples é que um vereador de Niterói vai defender os interesses de Niterói mesmo que isso vá prejudicar São Gonçalo. Como os recursos públicos são limitados, vai ter hora que melhorar um lugar será em detrimento de outro lugar, concorda?


O Presidente Trump, por exemplo, vai restaurar as tarifas do Aço e Alumínio para a importação de produtos Brasileiros pois acredita que o Brasil desvalorizou sua moeda propositalmente e para defender os interesses do mercado de aço e alumínio dos EUA, ela simplesmente taxa o mesmo produto dos outros países para defender a indústria do território que o elegeu. O cálculo dele não é se essas taxas vão ou não prejudicar o mercado Brasileiro, mas se vão ou não beneficiar o mercado interno do país que ele é presidente.



Os Estados Unidos, segundo o Index of Economic Freedom, é o 18º país no ranking de liberdade econômica e o Brasil é o 153º, mesmo assim, o Brasil acredita que não intervir no aumento dos preços da carne é correto buscando a tal “liberdade econômica” e um país que está entre os 20 com maior liberdade de mercado utiliza os impostos e taxas o tempo todo para garantir a competitividade do seu mercado interno. Tem algo errado, não?


Me sinto um frango de padaria quando escuto algumas posições desinformadas sobre a intervenção ou não do Estado em determinados temas. O atual presidente é presidente do Brasil, ele tem que atender os interesses da indústria e da população Brasileira. Se a participação do Estado for necessária (e é) para que os Brasileiros possam comer carne barata, que o faça, que priorize a nossa janta e o nosso almoço.


Não fazer intervenção estatal para equilibrar os os preços da carne é enfiar em cada brasileiro um espeto e deixar a gente dourar na frente da padaria com umas batatas junto.

Romario Regis é Gonçalense nascido no Mutuapira, consultor de comunicação e político. Como fundador da Agência PapaGoiaba e comunicador popular, tem procurado boas histórias sobre São Gonçalo para compartilhar com as pessoas.


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