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A Democracia e a barbárie, práticas sociais inconciliáveis

Por Edir Tereza dos Reis e Rafael Dias

Foto: Brasil de Fato
Foto: Brasil de Fato

Daki da educação, vivenciando os primeiros passos da campanha

eleitoral 2022 nos assustamos com os atos de bárbarie social praticados nas

manifestações político partidárias. Várias reportagens mostram explosões de

bombas caseiras com fezes nos eventos realizados. Como educadores, não

podemos deixar de nos indignar e conclamar a população brasileira à reflexão

da prática política democrática. Não se trata de uma questão partidária. Se trata

da evolução humana em direção ao diálogo em detrimento da força, promovendo

o movimento coletivo de preservação da humanidade.


Avançamos a partir da questão do homem enquanto ser pensante – as

pessoas que fabricam uma bomba caseira com fezes com a finalidade de

desmoralizar uma manifestação partidária não pensam? É claro que pensam.

Inegavelmente pensam. E pensam com uma intencionalidade imoral e sem

ética... como pode alguém em sã consciência ignorar a pluralidade partidária e

ideológica num processo eleitoral, e o pior, planejar acabar com a liberdade de

expressão sem argumentos válidos que permitam aos possíveis eleitores a

escolha pela plataforma que mais lhes representa?


Essas reações fascistas, estão cada vez mais efervescentes e pioram

com a proximidade das eleições. A justiça eleitoral e as mídias estão fazendo

vista grossa para os ataques gratuitos - um pouco de navegação na Internet é

suficiente para encontrar denúncias em todo Brasil. Qual será a facada fake

desse ano? Os meliantes estão sendo investigados, punidos e publicados a

motivação e o objetivo dos seus atos?





Atos de vandalismo e violência na disputa política eleitoral incitam a

população a desacreditar na política enquanto forma de representação social –

constatamos esse fato pelo número de votos em branco e nulos das últimas

eleições. Lutamos pelo voto aos 16 anos como exercício da cidadania para os

adolescentes, no entanto, as disputas eleitorais carregadas de violência física e

verbal afastam os jovens das urnas.


Daki da Educação nos dirigimos aos estudantes num apelo – não

acreditem em forças radicais, em atos violentos e desmoralizadores, fechem os

ouvidos àqueles que apelam para a força enquanto mecanismo de cooptação de

eleitores! Estes afloram o que de pior há no homem. O maior e mais pesado

trabalho em educação é formar uma geração sem esses sentimentos fascistas

que, para Hannah Arendt estão sempre adormecidos e só podem desaparecer

através de uma "nova geração".


O caminho da educação, dos educadores e dos nossos amados

estudantes é o das ideias construídas coletivamente na esperança do Brasil

emergir desse poço de ignorância e violência no qual insistem em afundá-lo.

Todo homem que pratica a barbárie nega a democracia.


Colaboração: Hélida Gmeiner

 

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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.


Rafael Dias é Analista de Projetos e Cientista de Dados. Superior Complementar em Psicologia do Desenvolvimento Humano (PUCRS), graduando em Ciências Econômicas (UERJ) e História (UCAM), membro do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaborador da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.



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