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A dificuldade de aplaudir em nossa Sociedade, por Oswaldo Mendes


Augusto Sena/Foto: Facebook
Augusto Sena/Foto: Facebook

Diversos Poetas e Poetisas nos tentaram ensinar que as flores deveriam ser entregues, dadas, em vida. Homenagear a memória é muito interessante, principalmente em vida; elogiar também faz bem à alma. Reconhecer e agradecer bons atos, fatos e ações talvez faça a diferença e consigamos fazer um mundo melhor.


“Lavo às mãos”. A omissão. Na homilia se ouve quase que diariamente a frase “errei muitas vezes, por atitudes, atos e OMISSÃO”, mas apenas se escuta e continua-se sem se envolver. Em cima do muro. Bem que a maioria da cidade não é mais católica, A maioria é Evangélica e Mulher.


O ato de agradecer por uma tarefa realizada com bom gosto deveria acontecer com mais frequência. Dar bom dia, boa tarde ou boa noite não vou afirmar que faria parte da educação, mas por um mundo melhor, pois a maioria dos que tiveram a chance de ter acesso à dita educação, a qual é dada pela família e não pela escola, como muitos acham que deveria sê-la, não a demonstra.


Este período “off” talvez esteja sendo uma ótima oportunidade para aprendermos. Fazermos do limão uma limonada ou acrescer ao limão uma boa cachaça e fazer uma caipirinha, para quem gosta, mas a Gestão de Risco já nos mostrou que se pode transformar uma possibilidade negativa em positiva, assim existe o Risco Negativo – conhecido por todos, mas se tratado com as devidas técnicas o que seria negativo pode se transformar numa bela oportunidade.


Na semana próxima passada veio a falecer, em função de doença adquirida em trabalho, Médicos e Técnicos, dentre eles o querido Augusto Sena, assim como existiu diversas mensagens nas redes sociais desde o início do seu martírio até as palmas ao passar o carro funerário com seu corpo dentro de um caixão lacrado.


O bom trabalho é na verdade obrigação, mas reconheça e parabenize ao bom Jornalista, Farmacêutico, ao Veterinário, ao Dentista, ao Feirante, ao Motorista, à vida.


Não deveríamos bater palmas para os Profissionais, por exemplo, de Saúde, somente numa condição de pandemia numa janela ou quando seus corpos assim como para os Bombeiros, para os Policiais, para os Padeiros, o pessoal da Coleta de Lixo, dos entregadores em geral, daqueles que tem que trabalhar ou daqueles que já lutaram por um país melhor. O reconhecer deve ser ampliado.


Os Bombeiros denominados de heróis nas dificuldades que a Sociedade atravessa, são trocados pelos heróis do BBB.


Talvez alguns reconhecendo neste momento o que é ter seu filho e mais outras cinquenta crianças por seis horas por dia em duzentos dias por anos. É muito difícil principalmente um PAI ir à escola em um dia qualquer do ano letivo. Quando alguém aparece são nas datas obrigatórias ou no final do ano para dizer que pagou a escola e seu filho merece ser aprovado.


Talvez seja muito difícil dizer palavras de reconhecimento e assim a vida passa e as flores são colocadas nas páginas das redes sociais.


No campo cultural, lembramo-nos do saudoso Aluçã e um monte de promessas feitas ao mesmo e nunca realizadas, seja em vida ou quando seu corpo já não mais respondia, por exemplo.


Quantas escolas de sambas da região reconheceram feitos de seus integrantes. Quantos baluartes há em sua escola de samba ou que conhece neste lado da baía? Será que baluartes só tem no Rio e em São Paulo? Em São Gonçalo e Niterói não há nenhum que mereça?

Talvez seja chegada a hora de aprendermos a reconhecer e a brindar à vida com todos.

Oswaldo Mendes é engenheiro.




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