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A Uberização do mercado de trabalho, por Rafael Abreu


Vivemos tempos difíceis.


Como explicar para um trabalhador que os seus direitos trabalhistas são de suma importância e que ele deve lutar para mantê-lo?


Como explicar para eles que são os sindicatos, as cooperativas e os partidos de esquerda que lutam pelos direitos deles?


Eu inicio esse texto com algumas indagações, me dirigindo sempre a classe trabalhadora.

Não sei se vocês perceberam, mas o mundo está passando por mais uma revolução industrial, a revolução da robótica.


E essa irá deixar uma legião de desempregados e miseráveis por todo mundo.

A robótica e a inteligência artificial irão decretar o fim de uma série de profissões que deixarão de existir e com uma série de profissionais que não conseguiram se requalificar para esse novo mercado de trabalho e para essa nova realidade.


Quando eu vejo esses jovens andando de bicicleta, ou em motocicletas, que em muitas das vezes não são deles, entregando qualquer tipo de coisa a troco de nada, por uma empresa que não é dele e que ele não faz nem parte do quadro de funcionários. Contudo, ele pedala feito um louco nesse nosso trânsito assassino para fazer alguns míseros trocados por dia.Sem uma carteira assinada, sem qualquer tipo de direitos trabalhistas, sem seguridade social e sem perspectiva de uma carreira profissional.


Me bate um sentimento de preocupação com o futuro desses jovens e do mercado de trabalho que esse neoliberalismo econômico propõem.



Nem todo mundo nasceu para ser empreendedor, não podemos confundir  informalidade e desemprego com empreendedorismo.A Dona Maria de 65 anos que vende as empadas que ela mesmo fabrica, não é empreendedora. Ela é só mais uma idosa tentando melhorar a sua aposentadoria para comprar comida e remédio.


Outro dia, um desses escravos do mundo moderno, vítima desse neoliberalismo selvagem e da uberização do mercado de trabalho, sofreu um acidente de trânsito grave no aterro do Flamengo e ele estava em uma bike do Itaú.


Esse jovem se não morreu posteriormente, ficará com sequelas graves e certamente estará inválido para o mercado de trabalho. Como ele estava trabalhando sem a devida seguridade, sem um vínculo empregatício e com um meio de transporte que não lhe pertencia, certamente não tem um plano de saúde , não contribui com o INSS e agora com o fim do DPVAT, ficará desassistido também pelo SUS, que está sendo claramente de forma proposital, sucateado e sabotado por esse governo, a fim de instalar por aqui, a mesma política pública que existe nos EUA para a Saúde. NENHUMA!


Não sei se vocês sabem, mas nos EUA não existe um SUS.


Lá se você não tiver um plano de saúde ou não for rico, você estará morto certamente.


O mercado da saúde é rentável para os estadunidenses.


Eles têm essa cultura do tempo é dinheiro e querem lucrar em tudo que puderem, inclusive com a desgraça dos outros. Os custos com medicamentos, cirurgias, exames e internação praticados por lá são um verdadeiro absurdo.


Quem não tiver para pagar, possivelmente morrerá.


Isso é cruel demais na minha opinião.

Quando eu vejo os pobres trabalhadores brasileiros defendendo essas reformas abusivas e concordando com todo o tipo de privatização, inclusive a do SUS, me bate uma tristeza profunda.


Como pode alguém querer se auto sabotar?


Será que eles não percebem que se o SUS for privatizado quem sairá perdendo serão eles?

O SUS é nosso e devemos lutar por ele.


Assim como devemos lutar contra todas essas reformas. Seja ela trabalhista, aprovada na calada da noite pelo governo golpista de Michel Temer, ou seja pela reforma da previdência proposta por Bolsonaro e Paulo Guedes.


A mesma que é praticada hoje pelo Chile, instaurada pelo ditador Pinochet que estão levando o povo chileno a miséria e os idosos ao suicídio.


Essas manifestações e protestos que acontecem no Chile, no Equador, na Bolívia, na Argentina, e que está em curso no Brasil, faz parte da revolta popular contra a perda de direitos e trabalhos dignos imposta por essa onda fascista neoliberal que contagiou algumas pessoas antipatriotas desses países. Pessoas que amam mais os EUA do que a sua própria nação pra falar a verdade. 


É completamente compreensível e legítimo qualquer tipo de movimento de revolta e protestos da classe trabalhadora. Além do mais em tempos obscuros como esse. Porém essas manifestações precisam ser muito bem organizadas e coerente.


A luta é de classes e a política tem lado.


Trabalhador não traia a sua classe social, levante e lute pelos seus direitos e votem apenas em candidatos e partidos que representem a diversidade e os interesses da classe trabalhadora.


Como já dizia o ilustre Rui Barbosa:


“ Aquele que não luta pelos seus direitos não é digno deles.”


 Sendo que a frase original era ainda mais forte e dizia assim:


“Aquele que não luta pelos seus direitos não merece viver.”


Eu sou Rafael Abreu, colunista do Daki.

Rafael Abreu faz análises de conjuntura política nacional às quartas no Jornal Daki.


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