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Barricadas elegem Capitão Nelson em São Gonçalo

Prefeito eleito, que disse que prioridade de seu governo será a Segurança, teve votação expressiva em áreas conflagradas pelo tráfico


Por Rodrigo Melo

Nelson Ruas acredita que desenvolvimento do município virá se o problema da Segurança Pública for resolvido/Foto: Maria Costa
Nelson Ruas acredita que desenvolvimento do município virá se o problema da Segurança Pública for resolvido/Foto: Maria Costa

Na eleição mais acirrada da história de São Gonçalo desde o início da redemocratização do país, em 1988, finalizada neste domingo (29), o policial militar reformado, Nelson Ruas dos Santos, 62 anos, o Capitão Nelson (Avante), foi eleito prefeito do município em cima de seu adversário, Dimas Gadelha (PT), com 189.719 votos válidos, ou 50,79% do eleitorado gonçalense que compareceu às urnas.


Apenas 5.908 votos separaram os dois candidatos, o que equivale 1,35% dentro do universo de votos válidos numa eleição com abstenção recorde de 223. 352 eleitores, 33,65% do total. Votos nulos somaram 48.772 (11,07%) e brancos 18.179 (4,13%).


Gadelha venceu Nelson Ruas em cinco das sete zonas eleitorais: 36ª, 68ª, 87ª e e 135ª, onde ficam as áreas mais urbanizadas do município, e na 69ª, no distrito de Ipiíba, com uma diferença de 294 votos. Porém, perdeu nas duas zonas com maior número de eleitores (132ª, 133ª), justamente em áreas conflagradas onde o tráfico atua com maior intensidade. Tendo como principal estratégia de defesa do território da polícia e de facções rivais, a instalação de barricadas, pesadelo dos moradores, que demonstram agora com o resultado das urnas darem um grito desesperado de socorro.


A vitória na 132 e na 133, que abrangem os bairros de Jardim Catarina, Laranjal, Amendoeira, Pacheco, Guaxindiba e Sacramento, não foi por acaso. São nessas áreas onde está o maior número de barricadas, segundo o aplicativo Mapa das Barricadas, levantamento feito em 2018 pelo jornal O São Gonçalo. A principal bandeira de campanha de Capitão Nelson foi a retirada dessas trincheiras urbanas, símbolos máximos do abandono histórico do poder público nessas localidades.


Veja os gráficos:

Mas como ações desse tipo não são de competência natural da Prefeitura, já que é necessário a participação de forças de segurança estadual e até federal, o prefeito eleito terá um grande desafio pela frente, de integração e planejamento entre os governos, o que não é feito de um dia para o outro. E isso pode ampliar ainda mais a sensação de impotência e desilusão desses eleitores. Porque não basta apenas retirar as barricadas, mas manter as ruas livres de modo permanente para que a população dessas regiões tenha de volta direitos básicos, como o de ir e vir.


No discurso após a vitória, Capitão Nelson reafirmou sua principal promessa de campanha e colocou o tema da Segurança Pública como prioridade de seu governo para atrair investimentos a partir de 1º de janeiro de 2021.


- O cidadão de São Gonçalo merece segurança! Isto é prioritário. A partir de agora, chega de barricadas. Chega de pedir permissão para entrar em lugares. Esta cidade não é de nenhuma autoridade paralela. Esta cidade pertence ao gonçalense. O Programa Segurança Presente vai se fazer mais presente do que nunca. Este é o primeiro passo para virarmos o jogo em São Gonçalo. Com isto, conseguiremos atrair investimentos e estruturar nossa cidade do jeito que ela merece - afirmou.


A ver.


Dados da eleição

Eleitores aptos a votar: 663.833 - 100%

Comparecimento: 440.481 eleitores - 66,35%

Abstenção: 223.352 - 33,65%

Nulos: 48.772 - 11,07%

Brancos: 18.179 - 4,13%

***

Capitão Nelson (Avante): 189.719 votos - 50,79% dos votos válidos / 28,57% do universo total de votantes

Dimas Gadelha (PT): 183.811 votos - 49,21% dos votos válidos /27,68% do universo total de votantes


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