top of page

Bueiros entupidos. Alagamentos. De quem é a responsabilidade? Por Oswaldo Mendes


Divulgação/Internet
Divulgação/Internet

Um verão atípico. Com temperaturas variando entre a sensação térmica de quase 55 graus Celsius e neste domingo, 01 de março de 2020, com temperatura às 06:00 horas de 17 graus Celsius e sensação térmica de 25º Celsius.


Num momento histórico entre o Coronavírus, a dengue, sarampo, tuberculose, febre amarela e reconvocação da TFP – Tradição, Família e Propriedade.


Rindo do sarcasmo da frase acima na qual o entendimento da população é formada basicamente por analfabetos funcionais, com baixíssima escolaridade, e que atendem os interesses da “rapaziada de cima”, da casa grande, assim como tem o apoio incondicional de pessoas que servem ao sistema, muitos com desvio de personalidade e que se consideram ricos ganhando três salários mínimo e cinco carnês da Casa Bahia.

Com esse perfil de população, a qual é levada pelas ondas e modismos, onde o votar é um problema, seus candidatos sãos seus espelhos e seu mundo direcionado ou pelos “pastores” ou pelas matérias escolhidas para passar em horário nobre, a qual deveria ser chamada como a “Hora da Manipulação”.


De forma nenhuma culpo essa população gigantesca, inerte, iludida e sem referenciais de excelência. São efeitos, muito bem planejados de uma política covarde que se implantou nesse lado do Mundo. Eles são felizes. Néscios são felizes.


Subempregadas, com alto nível de violência, sem transportes dignos, sem saúde adequada e logicamente sem a capacidade crítica que poderia dar novos horizontes, faz da mesma uma vítima de sua estrutura, mas sem a noção do que acontece, assim a felicidade é total.

Cidadãos sem cidadania. Vítimas onde seus algozes riem do seu futuro e sabem o que é planejado para as próximas gerações: continuidade e manutenção do sistema.


Nesta data chove e quando isso acontece ou vai acontecer o sistema coloca a culpa dos alagamentos na população, esquecendo por exemplo o que aconteceu com a construção da Niterói-Manilha e também da Estrada do COMPERJ e seus verdadeiros responsáveis, alguns ainda sentados em mesas grandes, com altos salários e servindo aos interesses de quem os pague. Esquecem das empresas. Mas como assim?


Como acima já dito temos na cidade dois diques inversos – Niterói/Manilha e Estrada do COMPERJ, retilinização de todos os rios (que é muito bom para as empresas que fazem os serviços); baixa cobertura vegetal na cidade; não cumprimento das margens mínimas de rios e córregos; aterramentos de lagoa e manguezais; ação antrópica inclusive em Área Natural de Alagamentos; utilização e desmatamento das matas ciliares, historicamente nomeiam-se pessoas sem qualificação em cargos específicos, ou seja, tudo certo para dar errado, adicionando-se uma população sem a capacidade crítica e com problemas de âmbito socioambiental, político e financeiros.


Subempregos é nosso padrão. Desemprego a níveis alarmantes.


Com esse perfil é fácil entender o motivo de que de cada três votos da cidade dois foram para um candidato que prometia o fim do bolsa família, das cotas para negros e pobres, das escolas públicas e do fim da aposentadoria. Ah! Meritocracia?

Será que a Classe Média não quer que o filho da empregada estude pois será concorrente dos seus filhos na vaga da Universidade Pública – falam mal dela, da balbúrdia, mas festejam muito quando passam pra lá - e também nos empregos?


Sem a devida cobertura vegetal, com alto índice de impermeabilização do solo e assoreamento, sem a devida separação de águas pluviais e de esgoto, sem a devida coleta de lixo, sem a noção de Educação Ambiental para toda a Sociedade, sem o devido tratamento de esgoto - saneamento, sem Técnicos e Especialistas nos assuntos preparados e com meios efetivos para trabalhar, não tem como falar em dignidade humana.


Limpar bueiros ou numa visão macro dragagem de rios é simplesmente empurrar o problema com a barriga e as empresas adoram. Remediar, não solucionar.


Notem que se passaram quase uma década para que tivesse uma Lei que colocassem refrigeração nos ônibus da cidade. Barcas e Metrô a história se repete a cada eleição e o pior que acreditamos.


Outro detalhe é que se deve colocar nesse imbróglio as empresas e seus produtos com a ACV – Análise do Ciclo de Vida, a qual sempre é esquecido, intencionalmente.


A NBR ISO 14040 deve ser avaliada e as empresas serem responsabilizadas por produtos que só deixarão de impactar no Meio Ambiente em até séculos, colocando somente a culpa na população que desconhece esses assuntos. Fórmula mais fácil e sem custos.


O problema ambiental da cidade é gravíssimo, não deve ser tratado com palavras ou discursos fáceis; deveria ser tratados por gente conhecedora do assunto, deixando assim de ser cabide de emprego de amigos, parentes, de religiosos e políticos.


Estamos presenciando ano a ano que passa a degradação e piora da cidade, isto há mais de setenta anos. Obras debaixo da terra não tem retorno de voto. Colocar um quebra-molas tem mais resultado nas urnas do que sanear decentemente uma localidade.


É triste ver pessoas enganando o Povo e apresentando soluções mágicas para problemas de alta complexidade. Ano eleitoral é triste!


Uma coisa é certa. O Povo é mais vítima do que culpado das coisas que aqui acontecem. Coisas pensadas e estruturadas para eternizarem, seja nas da carreira política, na isenção da necessidade de mitigação de problemas ambientais das empresas, mas nunca num efetivo projeto para soluções das causas que tanto afligem essa população néscia, iludida, adormecida e anestesiada pelas mídias, mitos, religião e sistema.


Esse é um país que vai pra frente!

Oswaldo Mendes é engenheiro.




POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page