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'Capitão Mentira' em busca da 'fake' perfeita

Por Helcio Albano

Reprodução de capa de jornal rodado no jornal O Povo fundamental para a derrota de Graça Matos para Aparecida Panisset em 2004. Exemplo de fake perfeita/Reprodução
Reprodução de capa de jornal rodado no jornal O Povo fundamental para a derrota de Graça Matos para Aparecida Panisset em 2004. Exemplo de fake perfeita/Reprodução

O candidato do Avante, Capitão Nelson, está atrás nas pesquisas e adotou uma estratégia do tudo ou nada na reta final da campanha contra seu adversário, Dimas Gadelha (PT).


Não é para menos. O último levantamento, realizado pelo Instituto Inteligence Serviços e publicado pelo jornal O Dia na quarta (25), revela Gadelha 22 pontos à frente do policial reformado: 61 a 39 em votos válidos.


É uma diferença muito grande para tirar em tão pouco tempo.


Talvez já sabendo de antemão da desvantagem, o comando de campanha do Capitão, com coordenação direta do deputado federal Altineu Cortes (PL), e agora reforçado por uma força-tarefa vinda diretamente do Gabinete do Ódio em Brasília, articulou um verdadeiro esforço de guerra onde a principal arma de destruição do inimigo são as fake news.


Faz sentido, já que a primeira vítima de uma guerra é a verdade.


Imediatamente após o anúncio dos resultados do primeiro turno pelo TSE, são intensificados os ataques de notícias falsas e calúnias contra o candidato petista, antes contidos por um resquício de decência, mas que agora transbordam dos esgotos do WhatApp e de páginas compradas do Facebook, tendo a São Gonçalo Informa na linha de frente da infantaria digital, com os seus 300 mil seguidores.


Foi tentado de tudo, desde jogar no colo de Dimas ideologia de gênero, aborto, pedofilia, kit gay, água desviada para Maricá, até os apoios, também fakes, do prefeito José Luiz Nanci e da pastora-problema Flordelis ao candidato.


A coisa chegou a tal ponto, que até jornais impressos, que deveriam, em tese, zelar minimamente por suas reputações e credibilidade, serviram de canhões da artilharia de fake news do Capitão. O principal deles foi o carioca Povo, que se prestou a colocar na capa sua podridão venal e criminosa, tendo como um dos destaques, o pastor Silas Malafaia e sua verborragia oportunista.


Se antes ao torcer esse jornal saía sangue, como ficou conhecido nos anos 1990, agora fede.


Esses mesmos jornais, imundos, foram distribuídos nas ruas pelas mãos de soldados sem honra, escondidos atrás do anonimato e dos carros de som e trios elétricos, que serviram como tanques da infâmia até serem apreendidos pela justiça eleitoral. Uma vergonha.


Agora, o "Capitão Mentira", alcunha mais do que apropriada criada por Dimas na última semana de campanha - ou Capitão Caô, como o chamaríamos no Porto Velho - mira e atira contra o médico sanitarista o que deseja ser a bala de prata da eleição.


Que se pretende ser a fake perfeita.


E, assim, atingir de morte seu inimigo ao tentar desmoralizá-lo por um erro banal da juventude. Ao ser paralisado, detido e penalizado pela Lei Seca devido à presença de teor alcoólico acima do permitido.


Eis o "crime" estampando em manchetes sensacionalistas onde se diz Dimas Preso em Flagrante.


Ora, ora, ora! Sobe-se alguns degraus do patético para o nojento.


Da bala de prata, o resquício de pólvora dos tais mais de 200 processos que Dimas responde, que nada mais são do que processos administrativos que todos que assumem cargos públicos são passíveis de ter, pois fazem parte do dia a dia da gestão. Esse é o caso em questão, já que o candidato foi secretário de Saúde durante quatro anos.


São Gonçalo não merece isso.


Tenta-se enfiar a todo custo a pecha de "macumbeira" em Dimas, como fizeram com Graça Matos em 2004. Capitão conhece bem a história, já que foi eleito vereador a primeira vez pelo PSC nesse mesmo ano na coligação de Graça.


Mas, como sabemos, a história se repete como farsa.


PS: a Inteligence Serviços foi a única que acertou os resultados do primeiro turno.


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