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Câmara pode eleger hoje (7) um homem para presidir comissão dos direitos da Mulher. Terá protesto

Vereadores podem eleger Armando Marins para a cadeira. Manifestantes querem que a única mulher eleita vereadora em São Gonçalo assuma a presidência. Protestos começam às 14 horas


Do Movimento Cidade no Feminino

Coletivo foi criado em 2020/Foto: Divulgação
Coletivo foi criado em 2020/Foto: Divulgação

Trecho do Diário Oficial de 1 de janeiro de 2021 da Prefeitura de São Gonçalo

Decreto N.º 001/2021

Art. 1º - A Administração direta do Poder Executivo Municipal

passa a ser estruturada da seguinte forma, sem aumento de

despesas:


I - A Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Idoso,

Mulher e Pessoa com Deficiência e a Secretaria Municipal de

Desenvolvimento Social, Infância e Adolescência terão suas

atribuições reunidas em uma única secretaria denominada de

Secretaria Municipal de Assistência Social.

(...)


Considerando o número populacional de São Gonçalo com mais de um milhão de habitantes e na organização econômica e social com a complexidade geográfica dos territórios que reduzem muito as possibilidades de implementação de serviços básicos de atendimento à população, fenômenos agravados pela inoperância do poder executivo em responder às demandas resultantes da desigualdade social do nosso município, é impensável propor uma reforma administrativa que suprima da estrutura do poder executivo, órgãos que tenham como missão a promoção de Direitos Humanos e Sociais de minorias. É não compreender as demandas e as prioridades de uma população carente de seus direitos.

Em momentos normais já seria impensável uma reforma neste sentido. No "novo normal" frente a crise sanitária, na qual sofre mais a população pobre, é um absurdo reduzir poderes, autonomia e recursos de mecanismos de políticas públicas de atendimento direto à população. É preciso compreender as dificuldades latentes em cada uma dessas frentes e não negar os problemas enfrentados pela maior parte da população gonçalense.


Falando em minorias sociais, ressaltamos aqui a luta diária e constante das mulheres. Como se não bastasse o cotidiano de violência e violação de direitos, hoje elas terão que travar mais uma batalha que já se anuncia perdida caso não haja mobilização por parte dos movimentos sociais e da população feminina como um todo.

No dia de hoje, 07 de janeiro, haverá uma sessão extraordinária, às 15, para definição das comissões da Câmara Legislativa. Já está sendo anunciada a nomeação de um homem para presidir a comissão que trata da defesa dos direitos da mulher. Seria cômico se não se constituísse em uma tragédia institucional.

Se fosse o caso de não termos uma representante das mulheres na Casa, seria necessário aceitarmos esse descalabro. Mas temos.


A única mulher eleita, a vereadora Priscilla Canedo, por lógica e coerência, busca presidir essa comissão por se tratar de assuntos pertinentes à população feminina. No último caso, já que o vereador Armando Marins que alega poder presidir essa comissão por ser ginecologista (no imaginário dele, mulher só serve para parir) pelo menos sugira-se que seja desmembrada a comissão que discute a pauta da mulher.

Se requer um posicionamento firme da Câmara de Vereadores/a, no combate ao machismo e sexismo, não corroborando com esse tipo de atraso e retrocesso na construção de políticas públicas.

De 27 cadeiras na Câmara, apenas uma é ocupada por mulher que tem a árdua e difícil missão de representar mais que a metade da população gonçalense e ainda enfrentar esse tipo de sexismo institucional.

O Movimento Cidade no Feminino, instalado em 31 de outubro do ano passado para dar visibilidade às candidaturas femininas e a Câmara Popular de Mulheres - CPMulher que tem como missão ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder, composta por 27 mulheres de partidos políticos e da sociedade civil, estão organizando uma manifestação, às 14h, em frente à Casa Legislativa de São Gonçalo, para chamar a atenção dos vereadores e da população para esse desrespeito à legislatura de Priscilla Canedo.

"Queremos a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Vereadores de São Gonçalo presidida pela única mulher eleita vereadora desta cidade. Não abrimos mão desse direito político - reivindica Leila Araújo, líder do Movimento Cidade no Feminino e Executiva da Câmara Popular de Mulheres.

Aguardemos!



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