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Dia da Consciência Negra - por Oswaldo Mendes

O Negro, a Resistência, a Consciência e a instrução formal


Foto: Reprodução internet
Foto: Reprodução internet


O Negro, a Resistência, a Consciência e a instrução formal.

Cento e trinta e quatro anos se passaram de um ato mentiroso denominado “Abolição da Escravatura”, onde uma princesa foi considerada como redentora dos pretos. Ledo engano.


A Revolução Industrial precisava de gente recebendo salários e para tal a esse modelo deveria se adaptar. Novos mercados eram necessários e daí adveio a farsa montada. As pessoas deviam comprar e escravos não recebiam salários.




Para embranquecer a população terras foram doadas a estrangeiros, assim como condições de trabalho e educação. Era a política nacional, enquanto isso nascia a primeira favela: Providência.


A cultura negra era fortemente combatida - como até nossos dias acontece com a perseguição dos pentecostais aos terreiros, escolas de samba, passando até por nossa roupa e comida.

Tia Ciata conhecia o Presidente da República e naquele local, somente lá, o movimento dos negros não era combatido com a prisão dos integrantes.


“Negro com alma branca” era a maior distinção. As mulheres pretas desvalorizadas. A religião dos pretos era a religião do diabo, figura inexistente para as matrizes africanas, assim como pecado, o qual se tem com o Cristianismo. O Negro não tem pecado!




Pela modelagem de fonte de poder, sem dinheiro e sem educação formal, as únicas formas de acesso ao citado poder eram a cultura e política.


O início do Movimento Negro nos anos de chumbo, as agremiações carnavalescas e as críticas ao modelo aplicado à população sem nenhum acesso à saúde, educação, moradia, lazer e segurança dá início a uma nova possibilidade.


A educação e a cultura norteiam para a saída desta condição secular. Ver um negro com uma arma nas mãos não assusta a Sociedade, mas com livros, sim.


O livro tem a chance de trazer uma nova consciência crítica, digo trazer, pois muitos escolherão o lado mais fácil e continuarão a se posicionar como agentes da “Casa Grande” na função de “Capitães do Mato”. Esses não pertencem e não são aceitos na “Casa Grande” e desmerecem e refutam sua raça e antepassados.




As cadeias cheias de negros, mas esta proporção desaparece quando se fala de alta gerência em empresas públicas ou privadas.


Políticas positivas aplicadas começam a dar algum retorno de uma questão secular, mas lembremo-nos que há quem seja contra pois quem fará os serviços braçais sem cobrar o valor adequado? O Negro chegou às Universidades e ali precisa se manter, galgando também especializações lato e strictus sensu. Negros precisam, podem e devem ser Doutores com D. Sc.


Os Negros precisam, ao meu modo de ver, aprender muito com os Judeus, os quais, após dor e sofrimento se organizaram e reagem aos ataques direcionados a eles. Eles forjaram a sua história viva e respeito aos antepassados.


Nessa data, que por luta foi conseguida, se conclui que muito tem-se a caminhar, mas principalmente a se organizar, se conhecer e respeitar às diferenças. O mal(mau) nunca vencerá.


“O Negro é a raiz da Liberdade!”

Oswaldo Mendes é engenheiro e sambista.



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