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Dimas é o único candidato com as qualidades mínimas de um prefeito, por Mário Lima Jr.


Banner digital de campanha/Reprodução Facebook
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Dimas Gadelha não esteve presente nos dois debates políticos entre candidatos a prefeito promovidos neste mês de novembro por instituições que atuam em São Gonçalo, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil. A falta dupla foi decepcionante porque, além de desrespeitar o eleitor, na série de entrevistas realizada pelo Fórum Gonçalense de Cultura, em outubro, Dimas havia provado ser capaz de ouvir e responder perguntas difíceis com paciência e coerência. Dimas é equilibrado, sabe dialogar e não arrasta pela cintura a fama de participar de assassinatos a sangue frio.


O prefeito de uma cidade como São Gonçalo, dona da segunda maior população do Rio de Janeiro, precisa ter o respeito à vida humana como parte da sua reputação. Tiroteios e execuções à luz do dia São Gonçalo já conhece bem, período eleitoral é tempo de evoluir. O município nunca tentou liderar uma iniciativa para combater violência com inteligência e desenvolvimento social, explorando o apoio de outras esferas de governo. Não é fácil, mas é digno e permitido por lei. Também é a única forma de criar uma cidade decente, que gere empregos, onde a economia trabalhe para o povo.


Herdar os problemas históricos de São Gonçalo e encontrar soluções para eles exigirá mais do próximo prefeito do que a capacidade de decorar um texto e lê-lo com raiva diante das câmeras, balançando o bigode. Será preciso improvisar bem diante de questões urgentes e sacar rápido uma arma do coldre não tem nada a ver com gestão. As decisões do administrador público, aliás, dependem de um planejamento consistente e devem ser guiadas por ele. O plano de governo de Dimas é um dos documentos mais maduros apresentados pelos candidatos municipais ao Tribunal Superior Eleitoral.


Parece que o dilema que o eleitor gonçalense enfrenta no segundo turno leva mais em consideração o fato de Dimas Gadelha ser filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), envolvido em gigantescos escândalos de corrupção, do que seu grau superior de humanidade ou a qualidade do seu plano de governo. Políticos petistas de todos os portes foram presos e pagaram por seus crimes. Se o passado do PT tornasse mais provável que a gestão de Dimas seja corrupta, pensar na sua prisão também seria razoável, seguindo a lógica.


As ferramentas institucionais de combate à corrupção são as mesmas, independentemente do prefeito eleito. Já os candidatos classificados para o segundo turno possuem diferenças enormes. Sobre segurança pública, Dimas propõe somar esforços com os governos estadual e federal para combater a criminalidade. Não fez promessas utópicas, estúpidas ou eleitoreiras. Um passo de cada vez, com o desenvolvimento integrado da cidade, até que São Gonçalo recupere o território perdido para facções criminosas. Não há outro caminho, pois não se trata somente de força. O Exército Brasileiro já retirou barricadas do tráfico de drogas das comunidades e elas retornaram maiores em menos de três dias.


Recuperar a liberdade do povo gonçalense, aprisionado ainda pela informalidade e pelo atraso educacional, requer mais do que palavras simples de efeito. Apenas 45% dos jovens de São Gonçalo de 18 a 20 anos de idade completaram o Ensino Médio, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. O que faremos com os jovens fora da escola, que passam o dia vendendo panos de chão nos sinais de trânsito de Alcântara e com aqueles recrutados pelo crime? Vamos passar de carro em alta velocidade exterminando seus filhos, seus amigos e vizinhos? O candidato com os atributos humanos que se aproximam mais da complexa situação vivida em São Gonçalo é Dimas Gadelha.

Mário Lima Jr. é escritor.




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