Governo Nelson Ruas tira gratificação da Guarda Municipal
Prefeito baixou decreto retirando benefício no último dia do ano. Dimas Gadelha (PT) classificou o ato como cruel e autoritário
Por Cláudio Figueiras
O governo Nelson Ruas (PL) baixou decreto nesta sexta (31/12) revogando outro decreto, de 1988, que garantia gratificação por produtividade no controle do trânsito aos guardas municipais de São Gonçalo.
A justificativa de extinguir a gratificação, publicada em Diário Oficial, é que o benefício criado pelo então prefeito Edson Ezequiel, regulamentado o art. 88 da Lei Orgânica do Município (Lei 050/91), foi considerado inconstitucional em 2005 pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que reconheceu a atividade de controle de tráfego e de trânsito como atribuição originária da função do guarda municipal.
O médico e ex-candidato a prefeito, Dimas Gadelha (PT), classificou o ato de Nelson Ruas no dia do reveillon como cruel e autoritário:
“Prejudicar o servidor tirando renda dele já é péssimo, no dia do reveillon, então, é perversidade, muita crueldade. Mas essa é a cara do governo do capitão, autoritário, que odeia servidor público. É muita insensibilidade mexer com a renda do trabalhador que não tem reajuste há anos. Ainda por cima com salário corroído pela inflação que infelizmente voltou com força nesse governo Bolsonaro que o prefeito apoia. São inclusive do mesmo partido agora”, disse Dimas ao Daki.
O sindicato que representa a categoria ainda não se pronunciou.
Ano ruim para os servidores
O ano de 2021 foi de arrocho e perda de direitos para os servidores da Prefeitura. Além de não terem tido reajuste salarial, os trabalhadores tiveram que engolir uma reforma da previdência que aumentou alíquota de contribuição de 11% para 14% além do tempo de serviço para poderem se aposentar.
No início de dezembro foi a vez dos professores e dos profissionais da Educação perderem seu Plano de Carreira, substituído por outro que retira uma série de direitos e benefícios que se acreditava consolidados desde 2004.
Em nenhum dos casos o governo Nelson Ruas ouviu os servidores ou buscou alternativas de diálogo antes de tomar a decisão extrema de retirada de benefícios dos trabalhadores.
Os guardas municipais votaram em peso no então candidato Capitão Nelson, que venceu Dimas Gadelha por pouco mais de 6 mil votos em 2020.
