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Jovens entregadores querem organizar sindicato para a categoria em Maricá

Motoboys contam sobre cargas horárias excessivas em aplicativos e auto-organização


Foto: Stefano Figalo/Papo na Laje
Foto: Stefano Figalo/Papo na Laje

Brasil de Fato - A chegada dos aplicativos de entrega no município de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro, reforçou a necessidade de união dos motoboys diante da piora nas condições de trabalho. O programa Papo na Laje desta quinta (14) trata sobre a precarização da categoria desde a reforma trabalhista até a pandemia.


No episódio, os convidados Anthony Boucherie e Breno Braz contam que a atual demanda dos entregadores na cidade é a criação de um sindicato e que eles têm se organizado em grupos de mensagem para se ajudar no dia a dia.


Os dois relataram que fazer entregas é o primeiro contato com o mundo do trabalho para a maioria dos jovens em Maricá. É o caso do Anthony, de 22 anos, que conseguiu pagar um curso para entrar na universidade sendo motoboy no ensino médio.


"Quem trabalhava de motoboy de noite porque tinha trabalho de manhã acabou desempregado e ser entregador virou a única opção. Desde a reforma trabalhista a gente deixou de ter o mínimo. Se antes a gente tinha uma hora de almoço, passou a ser meia hora.


E na crise tem a pessoa querendo pagar e a pessoa querendo comer, sustentar a família", disse o estudante.




Para Breno Braz, de 29 anos, trabalhar com aplicativo não vale a pena. Ele, que já chegou a rodar mais de 12h por dia, agora é entregador do comércio local. "O valor da diária de um motoboy é a mesma de cinco anos atrás. Já no aplicativo, se não tiver entrega não recebe", disse o jovem.


Eles também falaram sobre a segurança dos entregadores que estiveram na linha de frente durante a pandemia e continuam se arriscando no trânsito com cargas horárias excessivas.


"A gente precisa de um sindicato porque, por exemplo, na pandemia tudo parou. Mas os motoboys ficaram como serviço essencial, só tinha a gente na rua. Não recebemos auxílio, não tivemos prioridade na vacinação. A demanda foi maior, não fomos valorizados. E continua nós por nós. O sindicato seria uma forma de melhorar nossa condição", afirmou Breno.


O programa Papo na Laje é transmitido na TV Comunitária do Rio de Janeiro, canal 6 da NET, e no canal do YouTube do programa, todas as quintas, às 18h.

 

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