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Moeda social é o caminho - por Dimas Gadelha


Foto: Reprodução/Divulgação
Foto: Reprodução/Divulgação

Ontem (29) foi noticiado pela imprensa o balanço de funcionamento da moeda social Arariboia, implantada em Niterói na última segunda (24). Um sucesso, pessoal!


Segundo a Secretaria de Assistência Social e Economia Solidária, que gere o programa, em apenas cinco dias foram quase 35 mil transações com a nova moeda. Transações essas que fizeram circular na cidade mais de R$ 2,5 milhões nos 5.500 estabelecimentos comerciais cadastrados, beneficiando diretamente 63 mil pessoas, a grande maioria delas em vulnerabilidade social. Esse número equivale a 12% de uma população de 515 mil habitantes.


A Prefeitura pretende movimentar, através do Banco Arariboia, R$ 70 milhões por ano. Cada cartão, dependendo das condicionantes, pode ser carregado com até R$ 540, bem acima, por exemplo, do programa eleitoreiro do governo federal que substituiu o Bolsa Família, o Auxílio Brasil, que pode chegar a R$ 400.


A ideia consiste, além de geração de renda e de estímulo ao comércio como um todo, fomentar o comércio local comunitário em segmentos de alimentação, beleza, vestuário, mercearia, obras, transporte e outras atividades.



A moeda Arariboia na “Cidade Sorriso” agora se junta à experiência exitosa de Maricá com a Mumbuca, criada em 2013, que atinge números impressionantes, como 42 mil pessoas beneficiadas (a cidade tem 161 mil habitantes) e 12 mil estabelecimentos cadastrados. Para se ter uma ideia, apenas entre início de 2018 e setembro de 2021, 2 bilhões de reais circularam em Maricá com o uso da moeda social. Como se diz na cidade, é "desenvolvimento na veia".


Faço todo esse preâmbulo apenas para relatar ao leitor como funciona essa iniciativa na prática. Você que me conhece, ou que acompanhou a campanha que fizemos para a Prefeitura de São Gonçalo em 2020, sabe que sou um grande entusiasta da ideia - que na cidade batizaríamos de Tamoio - e outros arranjos sociais e econômicos que levem em consideração criatividade, inovação, sustentabilidade e efetividade na superação da pobreza, essa chaga que nos amarra ao atraso e ao subdesenvolvimento.


Dá uma dor no coração ver São Gonçalo batendo cabeça com o mais do mesmo longe desses arranjos, logo ela que, das três cidades, a mais carente dessas iniciativas. Ainda mais agora com dinheiro em caixa da venda da Cedae.


Nesse momento de pandemia, onde a fome voltou a assombrar várias famílias, a moeda social é uma potente estratégia para garantir uma renda mínima a essas pessoas, além de promover oportunidades para o comércio local gerando mais emprego e renda. Isso não é achismo, é experiência que funciona.

 

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Dimas Gadelha é médico sanitarista, secretário de Gestão e Metas de Maricá e ex-secretário de Saúde de São Gonçalo.




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