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Nier Ribeiro: Uma vida de amor ao Samba, por Oswaldo Mendes


Nier com sua água mineral especial/Foto: Acervo pessoal
Nier com sua água mineral especial/Foto: Acervo pessoal

Nier Ribeiro da Silva com nome artístico Nier Ribeiro, compositor e cantor popular, filho de Fidelina Moraes da Silva e Manoel Ribeiro da Silva, porém foi criado por uma vó que foi escrava e morreu com cento e treze anos. Conforme relatos de familiares sua mãe dançava muito gafieira inclusive ganhou troféus de dança na Gafieira Elite da cidade e na Estudantina, no Rio.

Campista de nascimento, mas gonçalense de coração. “Paquetaense” por opção...salve a ilha. Amante de todos os gêneros de músicas, mas paixão maior pela Música Popular Brasileira, Sambas e Pagodes.

Família advinda de São Fidélis, plantadores de cana e café em fazendas.

“Atualmente sou filho único, a sobra de nove irmãos que morreram. Tenho ainda uma irmã viva, Nilceia Ribeiro da Silva, que amo de paixão! Tenho sete filhos - cinco mulheres e dois homens. Quatorze netos e nove bisnetos”. Teve uma vida muito difícil, mas conseguiu superar as adversidades e hoje se emociona ao dizer que “me sinto um rei, mesmo sendo pobre financeiramente e negro – num país extremamente racista, mas amo muito a minha raça, minha raiz”.

A música, numa totalidade, está entranhada em sua vida desde o tempo de criança, tempo bom em que se juntava a petizada e fazia batucada pelas ruas no bairro de Itaúna na época de carnaval com latas, latões cobertos de papelão ou de papel de sacos de cimento. Nier conta que eles cantavam os sambas da época e que amava cantar sambas da Mangueira, tanto sambas de enredo quanto exaltação.

A primeira vez que tomou coragem pra cantar em público foi no programa de Eugênio Ribeiro, na saudosa Praça de Neves, em São Gonçalo. Depois no de Paulo Bob, numa rádio em Niterói. Assim, ao longo dos anos compôs muitos sambas de enredos, sendo o primeiro no Gres Acadêmico do Beltrão, em 1978, levado por Luiz Borges, conceituado harmonia do GRESUPP – Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra.


Fez seu primeiro samba enredo, que se denominava “Vamos brincar de ser criança” e aí foi o começo onde não mais parou. Sempre escreveu sambas enredos sozinho, mas depois de alguns anos passou a ter algumas parcerias. A primeira foi no GRES. União da Ilha da Conceição, com José Carlos do Candomblé e Timbó – o qual era campeoníssimo em escolas de sambas no Rio de Janeiro. A seguir formou parceria com Dr. Acácio Barreto, que era seu Chefe na extinta CERJ - Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro, no GRES Acadêmicos de Santa Cruz, cidade do Rio de Janeiro. Participou de diversas outras parcerias no Tigre a partir de 1994, quando entrou para a Escola de Samba de São Gonçalo e não mais saiu.


Integrante da ala dos compositores de várias escolas de samba de São Gonçalo e Niterói, tais como: Acadêmicos do Beltrão, União da Ilha da Conceição, Corações Unidos da Engenhoca, Unidos do Valéria e outros.

Cita muitos amigos e Compositores que foram e são importantes na sua trajetória, dentre eles: Declá, Buda do Pagode, Bimba do Pagode, Cici Maravilha, Ronaldo Belo, Carlos Souza, Miguelzinho Bezerra, Clarisvaldo Conceição, Neguinho do Bandeirante, Badinho Cachaça, José Carlos Babo, Júnior Cupim, Luizão do Suingue, Aluizio do Viradouro, Celsinho da Cabuçu, Paulo Pimentel, Marcão, Wilson Passarinho, Roque Silva, Passos Júnior, Claúdio Só, Júlio Perez, Robinho Porto, Coelho, Fábio França, João Paulo, Manel Costa, Claudinha Sing, Pedro Dentinho, Fábio Cotan, Alexandre Eneck, Lellia Gonçalves, Lucas Machado, Douglas Castilho e outros

Participa e participou de diversas agremiações como: Salgueiro, Unidos do Sacramento, em São Gonçalo, e também Acadêmicos de Santa Cruz no Rio de Janeiro. Estando a vinte e seis anos no Unidos do Porto da Pedra, do qual “tenho muito orgulho e paixão!”, exalta Nier. Faz parte também do movimento Samba na Fonte no RJ, Porto do Samba SG, onde, com alegria expõe: “junto com outros compositores, músicas inéditas colocando em evidências algumas das milhares músicas que possuo ao longo de décadas de samba”.

Xangô, Darci, ambos da Mangueira, Mano Décio da Viola do Império Serrano, Ismael Silva, bamba do Estácio Monarco, Noca da Portela e muitos outros do celeiro brasileiro são suas referências musicais. Fã incondicional de Chico Buarque de Holanda, Martinho da vila, Jorginho do Império, Luiz Melodia, Jorge Aragão, Jorge Bem, Leci Brandão, Beth Carvalho, Alcione, Gal, Gil, Caetano, Bethania, Zezé Mota, Dona Ivone Lara, a saudosa Clementina de Jesus, o saudoso João Nogueira, sem deixar de falar no maior grupo de samba do Brasil que, na sua visão é o Grupo Fundo de Quintal.

Em 2008 estava propenso em parar com atividades musicais, foi quando entrou na sua vida um amigo, companheiro e parceiro de músicas autorais, o padrinho Paulinho Freitas, o qual é compositor, poeta, escritor, cronista que o levou para fazer parte da Confraria Samba na Fonte na Pedra do Sal, onde está há doze anos feliz da vida. Em 2009 foi para a Confraria Porto do Samba em São Gonçalo, onde só fez amigos e tem grandes parceiros de músicas autorais.


O samba é vida, o samba é tudo, o samba é cultura e a melhor coisa, exclama Nier, o mais antigo compositor da Porto da Pedra.

Oswaldo Mendes é engenheiro.




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