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“O hiphop cria interesse nos jovens”

Trocamos uma ideia com Ley Nascimento, que assume uma coluna de Cultura Urbana no Jornal Daki

Ley Nascimento/Foto: Facebook
Ley Nascimento/Foto: Facebook

O hiphop é uma cultura urbana por excelência. Mas não só isso. É uma cultura urbana e periférica, que faz todo o sentido numa cidade pobre como São Gonçalo, onde inexistem políticas públicas de cultura para o jovem, que se vira como pode para se reafirmar como gente que sonha e tem esperança. E nada melhor do que os elementos (arte) e princípios (regras de convivência) do hiphop para darem sentido à juventude desassistida.


- Vivemos em tempos sem perspectiva na cidade onde os jovens não encontram ocupações de qualidade para agregar na sua formação pessoal, seja ela na escola ou na ruas, aí que entra o hiphop. De uma maneira leve, o hiphop consegue criar interesse nos jovens - observa Wes(Ley) Nascimento, 26 anos, produtor cultural e coordenador da Roda Cultural Alcântara (RCA), movimento abrangente, criado em 2012 e realizado na Praça Chico Mendes, que dá espaço artístico a Djs, MCs, grafiteiros e poetas, respeitando sempre os princípios da Paz, Respeito, Amor e União, uma ilha de segurança e felicidade que contrasta com a realidade violenta da cidade.

O hiphop acaba sendo uma válvula de escape para vários jovens que as vezes só via o tráfico como saída. Sendo assim um grande porta voz da comunidade - Ley Nascimento.

E é para falar sobre experiências como essa vivida na RCA que Ley Nascimento assume uma coluna no Jornal Daki, que irá focar em cultura e arte urbanas, o melhor produto feito pelos gonçalenses nessa indústria inesgotável de talentos.


- Hoje existem várias rodas culturais na cidade, cada uma com sua forma de trabalhar, mas no final todas com a mesma finalidade, propagar o hiphop e usar o mesmo como ferramenta para melhorar nosso comunidade - afirma Ley.


Além da RCA, existem as rodas de Lagoinha, Jóquei, Santa Isabel, Jardim Catarina, Trindade e a icônica Batalha do Tank, no Patronato às quintas, a partir das 19 horas.


- A proposta da coluna é deixar todos informados com tudo que rola nesse meio na nossa cidade - finaliza.


Matérias, entrevistas e agenda serão publicadas todas as segundas no site do Daki e no impresso.


Daki: O que é a RCA?

Ley Nascimento: A Roda Cultural do Alcântara é um movimento sócio-cultural que acontece todo sábado na Praça Chico Mendes - Alcântara - São Gonçalo - RJ, a partir das 17h, e reúne todas as tribos e os elementos do movimento Hip-Hop (DJ, MC, Break, Grafitti) e da cultura urbana. O ponto alto é a batalha de MCs, uma disputa de rimas geralmente em rounds entre dois artistas, que se inscrevem um pouco antes.


O encontro reúne os princípios do hiphop (Paz, União, Amor, Diversão), com participação de grafiteiros, skatistas, DJs, poetas, dançarinos de break, malabaristas e artesãos locais, formando um grande coletivo em prol do movimento hiphop. Lutamos por um ambiente onde os moradores da nossa comunidade e frequentadores tenham acesso à cultura, lazer, segurança e informação de qualidade, além de oferecer apoio aos artistas locais para fortalecimento da carreira e geração de renda.


Considerando o quinto elemento (ou o primeiro) também ocorre a libertação de livros, uma biblioteca a céu aberto para trocas, doações ou empréstimos, leitura infantil, além das rodas de conversa sobre temas escolhidos pela comunidade local às terças feiras. Tais atividades também têm como objetivo, através do acesso à informação e cultura ofertar caminhos diversos aos jovens de forma que reduzam riscos e danos provocados pela violência urbana em suas comunidades.


Quando surgiu?

A RCA surgiu com sua primeira formação de organizadores em 2012, com a iniciativa de Dipro, e com tempo passando por varias gestões, até chegar essa equipe atual.


Quantas iniciativas como a RCA existem em São Gonçalo?

Hoje existem várias rodas culturais na cidade, cada uma com sua forma de trabalhar, mas no final todas como a mesma finalidade: propagar o hiphop e usar o mesmo como ferramenta para melhorar nosso comunidade.


Qual o alcance cultural e social do hiphop para os jovens da periferia?

Vivemos em tempos sem perspectiva onde os jovens hoje em dia não encontram ocupações de qualidade para agregar na sua formação pessoal, seja ela na escola ou na ruas, aí que entra o hiphop. De uma maneira leve, o hiphop consegue criar interesse nos jovens seja por meio da música que é representado pelo MC e DJ, pela dança que é representado pelo break, pelo arte que é o grafite e o próprio conhecimento, mostrando que qualquer coisa que façamos em nossas vidas tem que ter o conhecimento lado a lado. Assim o hiphop acaba sendo uma válvula de escape para vários jovens que as vezes só via o tráfico como saída. Sendo assim um grande porta voz da comunidade.


O alcance do hiphop vai até onde existir pessoas que queiram mudar o mundo de uma forma diferente usando esses 5 elementos.


Qual o seu principal objetivo com essa coluna no Daki?

Mostrar a importância do hiphop e cultura urbana na nossa comunidade e deixar todos informados com tudo que rola nesse meio na nossa cidade.



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