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O imperador do Acre ou inaugurador dos Arcos gonçalenses, por Erick Bernardes


Tropa acreana, Rodrigo Carvalho é o que está de pé, ao lado do personagem de chapéu. No centro da foto é o senhor Plácido de Castro.
Tropa acreana, Rodrigo Carvalho é o que está de pé, ao lado do personagem de chapéu. No centro da foto é o senhor Plácido de Castro.

Muito há de curiosidade acerca da Fazenda dos Arcos, no bairro Mutuá. Um tipo de patrimônio que deveria ter sido preservado, mas ocorreu conforme a maioria da nossa história, ou seja, foi negligenciada pelos poderes governamentais.


A Fazenda dos Arcos tornada loteamento teve por proprietário o senhor Luiz Antônio Salvador que transformou o lugar em espaço imponente. Ele doou parte daquele chão para se erigir na região a escola Albertina Campos. Mas alguém já se questionou quem foi o dono da fazenda antes do especulador imobiliário Luiz Salvador? Eu já e obtive retorno bacana. Claro, dei sorte de escutar a história narrada pela querida Marta Quintão, bisneta do primeiro proprietário: o ex-revolucionário do Acre e mentor pioneiro da independência acreana. Quem foi ele? Explico, mas se prepare, você vai se surpreender.


Rodrigo Carvalho liderou o movimento de independência do Acre motivado pelo patrocínio de dono dos seringais de lá. Manter aquela terra em lado tupiniquim significaria maiores lucros aos fazendeiros do látex. Logo, muito dinheiro entrou nos bolsos dos mercenários e ex-funcionários do Estado do Amazonas para livrar o Acre das mãos dos bolivianos. E digo mais, isso tudo antes da independência oficial do estado acreano propagada pela História do Brasil. Essa parte da narrativa ninguém conta. Foi na época que Rodrigo Carvalho pegou sua parcela do pagamento em dinheiro após a luta em prol do "senhores da borracha" — e adivinha onde é que ele foi parar? Exatamente, em São Gonçalo, e só então que se construiu a Fazenda dos Arcos, muito antes do Luiz Antônio Salvador adquirir parcela da propriedade e lotear o terreno. Posteriormente, demoliram a sede da fazenda para dar início à construção da escola e ser o que é hoje.


Enfim, a história de lá pra cá você encontra em sites de internet sobre o passado do bairro Mutuá. Mas o caso dos mercenários e guerrilheiros da fronteira com a Bolívia, esse dá pano pra manga. Quem diria, hein, soldado patrocinado do Acre em terras papa-goiabas. Duvido que essa você sabia. Confira as fotos e as referências.


Referências:

https://ac24horas.com/2018/08/06/historiador-diz-que-episodio-inaugural-da-revolucao-acreana-foi-protagonizado-por-mercenarios/amp/


https://m.facebook.com/story/graphql_permalink/?graphql_id=UzpfSTEwMDAwMDU0MjIzMjQ2MTpWSzozNDY4MDMwNzI5OTY5NzEy


LIMA, Manoel Ferreira. O Acre II: nossa terra, nossa gente e nossas coisas. Rio Branco - Acre, s/d.






Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.




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